O governador eleito por Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), rebateu com dureza a negativa do atual chefe do Executivo, Pedro Taques (PSDB), em reeditar o Fethab 2 ou reformulá-lo, em fusão com o primeiro fundo. Para Mendes, são posturas como essa que colocaram Mato Grosso em um verdadeiro “atoleiro”.

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"Esta é mais uma das inúmeras decisões erradas e equivocadas deste Governo. É por atos como este e por não saber tomar as decisões corretas que o Estado está atolado em dívidas, com bilhões em restos a pagar”, criticou Mauro Mendes, por meio de nota.
 
Apesar do prejuízo que a perda do fundo deve causar à próxima administração, Mendes “minimizou” a decisão do ex-aliado, informando que tomará a iniciativa no começo do ano que vem e lembrou que Taques ficou em terceiro lugar na disputa pela reeleição.
 
“A resposta ao atual gestor foi dada nas urnas. No dia 2 de janeiro, estarei protocolando este mesmo projeto na Assembleia Legislativa".
 
Pedro Taques anunciou na manhã desta sexta-feira (14) que não irá enviar à Assembleia Legislativa proposta de Mendes e que o democrata sequer lhe mostrou a proposta. De acordo com a assessoria do próximo governador, a informação também não procede e o documento sobre teria sido entregue nesta semana.
 
Criado em 2016, o Fethab 2 arrecadou R$ 900 milhões para o Estado. De acordo com Mauro Mendes, Mato Grosso não pode abrir mão desses recursos no atual momento econômico em que passa. Taques lembrou que o novo fundo foi longamente debatido antes de ser lançado, o que seria impossível de acontecer com essa fusão proposta pelo futuro governo.
   
“Não temos tempo hábil para isso”, argumentou Taques. O governador ressalta que a sociedade precisaria ser ouvida antes de o Executivo enviar a mensagem para a Assembleia Legislativa.  “Eu não tenho como apresentar esse projeto sem ler esse projeto, porque até dia 31 de dezembro eu ainda sou o governador deste Estado. É preciso fazer um debate sim a respeito da mudança ou não do Fethab”, avaliou.
 
Mesmo se enviada à Assembleia Legislativa, dificilmente a mensagem seria aprovada ainda neste ano. Taques ressalva que existe uma discussão jurídica sobre o princípio da anterioridade, se a aplicação passa a contar a partir da apresentação do projetou ou só da aprovação. Ou seja, mesmo que enviada pelo governo neste ano, caso a aprovação aconteça em janeiro, o novo fundo pode só começar a funcionar em 2020.

O Fetahb 2 foi criado já com data para terminar: 31 de dezembro de 2018. Ao longo do mandato, Taques sempre disse que não o reeditaria ao final e disse que agora não pode descumprir essa promessa. “Recebi esta semana uns dez vídeos de eu dizendo isso. Não sei, [Antônio] Galvan [presidente da Aprosoja] deve ter espalhado pra todo mundo. Até minha mãe me mandou esse vídeo”, brincou, sobre a cobrança que tem recebido para não recriar o fundo.