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Segundo delegado

Fora do cargo, Huark continuava agindo dentro de secretaria para atrapalhar investigação

18 Dez 2018 - 11:30

Da Redação - Wesley Santiago/Da Reportagem Local - Vinícius Mendes

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Delegado Lindomar Tofoli

Delegado Lindomar Tofoli

O ex-secretário municipal de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia, continuava a agir dentro da pasta, mesmo fora do cargo, para atrapalhar as investigações da 'Operação Sangria', que apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário público, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde. A informação foi revelada pelo delegado Lindomar Tofoli, da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz).


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"Iniciamos a investigação para apurar o que os grupos de empresas estão fazendo no Estado. Começamos a constatar que estão querendo monopolizar os serviços médicos. No decorrer, começamos a receber informações de que provas estavam sendo ocultadas, destruídas, testemunhas estavam sendo coagidas e que existiam interferências dentro da secretaria, mesmo após o Huark ter saído da pasta. Isso caracteriza obstrução de Justiça. Por isso foi pedida a prisão preventiva", explicou o delegado.

Lindomar ainda acrescentou que "Huark tem forte influencia dentro da secretaria. Temos que apurar o que está acontecendo. Mesmo exonerado, não sendo mais secretário, continua agindo dentro da pasta".

Por fim, o delegado ainda comenta que as fraudes investigadas não podem estar acontecendo sem a conivência de servidores: "Mas isto está sendo apurado e no momento oportuno isto será repassado. Tem que ser levado a conhecimento público sim, chega disto, basta. Estamos falando da saúde das pessoas".

Até agora, já foram cumpridos mandados contra: Huark Douglas Correia da Costa, Fábio Liberali Weissheimer, Adriano Luiz Sousa, Kedna Iracema Fonteneli Servo, Celita Liberali, Luciano Correa Ribeiro e Fábio Alex Taques Figueiredo. Todos foram encaminhados para a sede da Delegacia Fazendária.

Segundo as informações da Polícia Civil, o mandado contra o ex-secretário foi cumprido nesta manhã. Ele estava em uma chácara, que fica situada no município de Santo Antônio do Leverger. Quem efetuou a prisão foi o delegado Lindomar Tofoli, junto com outros investigadores da especializada.

O ex-secretário de Saúde do município chegou à sede da Defaz sem algemas. Ele preferiu não conversar com a imprensa no local e foi levado diretamente para dentro das dependências da delegacia, onde deve ser ouvido.

Huark pediu exoneração do cargo no início do mês, logo depois da deflagração da primeira fase da 'Operação Sangria'. Na ocasião, ele usou como justificativa o fato de se concentrar em fazer sua defesa das acusações de ter feito pagamentos ilegais para suas empresas.

Segundo a apuração, a organização mantém influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencente a eles (Proclin/Qualycare) possam atuar livremente no mercado, “fazendo o que bem entender, sem serem incomodados, em total prejuízo a população mais carente que depende da saúde pública para sobreviver”.

A investigação demonstra que a organização criminosa, chefiada por médicos, estão deteriorando a saúde pública de Cuiabá e do Estado de Mato Grosso. Levantamento feito pela Central de Regulação de Cuiabá, em 2017, aponta que 1.046 pessoas aguardavam por uma cirurgia cardíaca de urgência e outras 390 por um procedimento cardíaco eletivo.

A operação, oriunda de investigação da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), é desdobramento do cumprimento de onze mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, ocorridos no dia 4 de dezembro, para apurar irregularidades em licitações e contratos firmados com as empresas Proclin (Sociedade Mato-Grossense de Assistência Médica em Medicina Interna), Qualycare (Serviços de Saúde e Atendimento Domiciliar LTDA) e a Prox Participações, firmados com o município de Cuiabá e o Estado.

Nome da Operação

O nome da operação “Sangria” é alusivo a uma modalidade de tratamento médico que estabelece a retirada de sangue do paciente como tratamento de doenças, que pode ser de diversas maneiras, incluindo o corte de extremidades, o uso de sanguessugas ou a flebotomia.

Nota da Prefeitura de Cuiabá 

Sobre a operação, a Prefeitura de Cuiabá encaminhou nota. Confira íntegra:

"A respeito da 'Operação Sangria', deflagrada pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), nesta terça-feira (18) na Secretaria de Saúde e no Hospital São Benedito, o prefeito Emanuel Pinheiro determinou ao secretário Luiz Antônio Possas de Carvalho, que colabore com as investigações e coloque à disposição todos documentos e informações solicitadas. “Esperamos que sejam esclarecidos os fatos e que possamos continuar no rumo certo, para melhorar a saúde pública da Capital”, reforça Pinheiro.

O secretário de Saúde interino e procurador-geral do Município informou que a operação se trata de denúncias de supostas irregularidades de empresas prestadoras de serviços, ocorridas desde gestões passadas, mas que está acompanhando todos os trabalhos e está à disposição das autoridade".
 
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