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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Reforma administrativa foi estopim para crise entre MDB e DEM, mas partidos mantém negociação

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Reforma administrativa foi estopim para crise entre MDB e DEM, mas partidos mantém negociação
Apesar de algumas divergências, os principais líderes do MDB e do DEM em Mato Grosso explicaram, na noite da última segunda-feira (17), o que teria motivado o “racha” entre as siglas, anunciado por meio de nota na semana passada, quando Carlos Bezerra (MDB) informou que não o partido não iria indicar nenhum quadro para compor o staff de Mauro Mendes (DEM).


O estopim, conforme emedebistas, foi a reforma administrativa proposta por Mauro Mendes que extinguiu nove secretarias e fundiu a Agricultura Familiar com o Desenvolvimento Econômico, pasta em que o MDB tinha interesse. O governador eleito, no entanto, se mostrou disposto a negociar e disse que ainda espera poder contar com o apoio e com indicações do partido.

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“Nós conversamos sim com o MDB, é um partido importante, tem grandes líderes, uma bancada importante na Assembleia Legislativa, dois deputados federias. Hoje nós temos espaço para que eles possam nos ajudar indicando ou colaborando em uma secretaria. Isso está mantido e eu tenho certeza que o MDB estará conosco ao longo do mandato. Nós estamos a poucos dias do anuncio final de todo o secretariado e eu não gosto, não fiz e não faço especulação”, declarou Mauro Mendes, ao ser questionado sobre a nota emitida pelo MDB.

Em sucinta nota oficial, encaminhado à imprensa na última sexta-feira (14) e assinado pelo deputado Carlos Bezerra, o MDB informou que não iria indicar quadros para o secretariado de Mendes, mas prometeu cobrar do governo eleito o cumprimento de promessas e compromissos feitos durante a campanha eleitoral deste ano.

Nos bastidores, a informação era de que os caciques emedebistas teriam ficado contrariados com o pouco espaço no governo e a falta de autonomia nas pastas que lhes teriam sido sugeridas. Para o MDB, o peso do apoio hipotecado a Mendes na eleição de outubro não estaria sendo reconhecido pelo governador eleito.

A reportagem do Olhar Direto conversou com as principais lideranças dos dois partidos, que apesar de pequenas divergências em suas declarações, afirmaram que a crise entre as siglas foi motivada pela reforma administrativa proposta por Mendes.

Conforme o próprio Carlos Bezerra, apesar da tensão, “não existe atrito” em sua relação com Mauro Mendes e o MDB ainda conta com a possibilidade de o governador eleito recuar de algumas decisões, devolvendo à Agricultura Familiar o status de secretaria.

“Não existe atrito. A estrutura dele ficou muito pequena, então achamos melhor deixar o Mauro à vontade para compor. Eu fui contra a extinção, a fusão da Secretaria de Agricultura Familiar. Eu acho que Mato Grosso é um Estado agrícola, tem 140 mil pequenos produtores e precisa da Secretaria, dessa estrutura de apoio. A minha posição foi essa. Mas me parece que ele voltou atrás disso e eu espero que proceda assim”, disse o líder emedebista.

A deputada Janaina Riva (MDB), que trocará a liderança da oposição exercida nos últimos quatro anos pela base de Mauro Mendes na Assembleia Legislativa, explicou, ainda, que o MDB gostaria de contar com cargos que tivessem articulação política dentro do Governo, ainda que isso significasse estar de fora do 1º escalão.

“Nós gostaríamos de ter um espaço, uma secretaria para se fazer política, até pela demanda do partido, justamente por ser o maior partido do Estado, proporcionalmente. Mas é claro que esses ajustes finais não são simples de se fazer. (...) Acho que ainda tem muita coisa para acontecer até a data da posse. Acho que o partido ainda vai se acomodar, mas não necessariamente no primeiro escalão. Eu até disse em algumas reuniões que 1º escalão você contempla só um indicado do partido. Às vezes, é melhor trabalhar com cargos menores, mas que dão mais espaço para se fazer política”, avaliou.

Na mesma linha da emedebista, o senador eleito Jayme Campos (DEM) também torceu pela reconciliação entre as siglas. “Eu espero, naturalmente, que essa rusga que eventualmente teve lá atrás possa ser superada com diálogo, sobretudo nesse momento dificultoso que Mato Grosso vem vivenciando. Eu acho que a conjugação do esforço de todos é fundamental. E ninguém pode, em hipótese alguma, desconhecer a participação e o apoio que o MDB deu na candidatura do Mauro Mendes”, pontuou.
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