Em Assembleia Unificada em frente ao prédio da Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz), na tarde desta terça-feira (18), dezenas de servidores públicos que representam o Fórum Sindical pressionaram o Governo e cobraram o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA), além de pedirem urgência no pagamento dos salários referentes ao mês de novembro, que até hoje não foi 100% pago.

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Em entrevista ao Olhar Direto, a professora universitária Edna Sampaio, uma das coordenadoras do Fórum Sindical, disse que a classe entende o momento de transição entre os governos, mas não descartará uma greve, caso de a situação envolvendo salários atrasados e o pagamento do RGA não se resolver a partir do ano que vem.

“Convocamos esta Assembleia de forma unificada, com as categorias que compõe o Fórum Sindical para avaliarmos o indicativo de paralisação, tendo em vista o atraso de salário e o não pagamento do RGA. Temos consciência de que o final do Governo e o começo de outro, nos coloca limitações para a retirada de um indicativo imediato de greve. Então vamos dialogar com o próximo governador, colocar nossas questões, ouvir o que ele está pensando e ver o que ele vai fazer no Governo. Queremos abrir o diálogo com o Governo. Esta é nossa posição e a greve  conseqüência ou não deste diálogo”, explicou a servidora pública.

“Nenhum de nós quer fazer greve, é claro, se o caminho da negociação for possível. Agora se o caminho da negociação não for possível, vamos ter que tomar uma decisão em relação a situação de pagamento de salário. Não podemos admitir que o atraso de salário seja naturalizado por este governo que está terminando e nem pelo que vem”, frisou.

A professora universitária também garantiu que os servidores não serão taxados como os culpados pela crise financeira que o Estado se encontra, por conta da folha salarial, que aumenta a cada ano e pelo pagamento do RGA.

“São os servidores públicos que conduzem e que atendem e prestam serviços públicos para o cidadão lá na ponta. Falar em destruição das carreiras públicas, falar que os servidores são responsáveis pela crise fiscal não é apenas uma inverdade, como também uma forma de ludibriar a população, quando na verdade se quer a destruição dos serviços públicos”, avaliou.

A servidora, por fim, classificou como uma ‘cortina de fumaça’ a justificativa do atual Governo de não pagar o RGA sob a recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

“Nós sabemos muito bem que a decisão do TCE na verdade é uma estratégia do Governo de ludibriar, de estabelecer uma cortina de fumaça para a discussão do pagamento da RGA. Por que o TCE não é um Poder moderador, de decisão na esfera da independência dos poderes. O TCE é um braço da Assembleia Legislativa para assessoria. Não tem o poder de dizer para o Executivo se tem ou não condições de pagar RGA. Nós vamos lutar para que as coisas sejam colocadas no lugar. Não vamos nos deixar seduzir por caminhos tortos que o Governo quis nos impor colocando o TCE nesta jogada”, concluiu.

Nesta terça-feira (18), o governador Pedo Taques (PSDB) emitiu comunicado à informando que encaminhará nesta quarta-feira (19) ao Banco do Brasil o deposito de mais uma parte dos salários dos servidores referente ao mês de novembro. Com o repasse previsto, cerca de 11 mil servidores serão pagos, chegando a aproximadamente 98% da folha. Os cerca de 1.500 servidores restantes só serão pagos na quinta-feira (20).

Já o governador eleito Mauro Mendes (DEM) disse em entrevistas recentes que pretende conversar com todos os setores, no enanto usará o primeiro mês de sua gestão para uma avaliação interna e sem o diálogo.