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Se entregou

Ex-secretário afirma que fugiu por desespero e que documentos queimados eram conta de energia

02 Jan 2019 - 12:10

Da Redação - Wesley Santiago e Fabiana Mendes

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Ex-secretário afirma que fugiu por desespero e que documentos queimados eram conta de energia
O ex-secretário secretário adjunto do município, Flávio Alexandre Taques da Silva, que estava foragido desde o dia 18 de dezembro, após ser alvo da ‘Operação Sangria’, disse que fugiu por desespero. Ao Olhar Direto, o advogado dele, Anderson Figueiredo, também relatou que os documentos queimados encontrados na casa do acusado seriam apenas contas de energia. Flavio se entregou na manhã desta quarta-feira (02), na sede da Polinter.


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“Ele decidiu, por um ato voluntário dele, se entregar nesta manhã. Além disto, colocou o celular pessoal à disposição e também entregou ao delegado da Polinter. Ele disse que ficou sabendo da operação através da mídia e se desesperou. Decidiu procurar uma outra forma de tentar provar sua inocência em liberdade. Porém, atendeu a nossa recomendação e decidiu se apresentar”, disse o advogado.
 
O ex-secretário também disse ao advogado que os documentos encontrados queimados em sua casa seriam apenas contas de energia e que a prática de colocar fogo neles seria rotineira. Os papéis foram recolhidos pelos homens da Delegacia Fazendária (Defaz) e passarão por perícia.
 
Por fim, o advogado também explicou que a servidora contratada da prefeitura que auxiliou na fuga do ex-secretário tem uma relação apenas de trabalho com ele.
 
No dia da operação, o sistema de videomonitoramento flagrou o momento que ele foge do condomínio Residencial Mariana, em Cuiabá, com a ajuda de uma servidora contratada da Prefeitura de Cuiabá.
 
Logo depois da deflagração da operação, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) exonerou Flávio Taques do cargo de secretário- adjunto de Gestão de Saúde: “Tão logo tomei conhecimento de que havia sido expedido mandado de prisão em relação ao secretário-adjunto de Saúde, Flavio Taques, não me restou outra alternativa senão exonerá-lo do cargo”, afirmou.
 
Flávio Taques é formado em Gestão Pública e Contabilidade pela Universidade de Cuiabá (Unic). Já esteve à frente da Superintendência de Financeiro da Companhia Matogrossense de Gás (MT Gás) e da Secretaria de Estado de Indústria e Comércio, assim como em várias coordenadorias de órgãos Governo do Estado.  Em 2012, assumiu a presidência do Mato Grosso Saúde (MT Saúde), onde permaneceu até 2015.
 
Antes de assumir como secretário-adjunto de Gestão de Saúde, Taques estava na Diretoria Especial de Licitações e Contratados do Município.
 
Foram alvos de mandado de prisão o ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia; Fábio Liberali Weissheimer (médico); Adriano Luiz Sousa (empresário); Kedna Iracema Fonteneli Servo; Luciano Correa Ribeiro (médico); Flávio Alexandre Taques da Silva Fábio Alex Taques Figueiredo e Celita Natalina Liberali.
 
No dia 28 de dezembro, a desembargadora Antônia Siqueira Gonçalves, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), estendeu os efeitos da ordem liberatória concedida ao médico Luciano Correa Ribeiro, preso na ‘Operação Sangria II’, ao ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia, e ao empresário Fábio Liberali Weissheimer, alegando que eles também não apresentaram resistência à busca e apreensão realizada em suas casas e contribuíram para as investigações.
 
O delegado Lindomar Aparecido Tofoli, explicou que no transcorrer das investigações do inquérito principal (119/2018), ficou constatado que o grupo criminoso teria destruído provas e apagado arquivos de computadores para dificultar as investigações, além de ameaças feitas a testemunhas.
 
A investigação da operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário público, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial, a Proclin e a Qualycare.
 
Segundo a apuração, a organização mantém influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencente a eles (Proclin/Qualycare) possam atuar livremente no mercado, “fazendo o que bem entender, sem serem incomodados, em total prejuízo a população mais carente que depende da saúde pública para sobreviver”.
 
A investigação demonstra que a organização criminosa, chefiada por médicos, estão deteriorando a saúde pública de Cuiabá e do Estado de Mato Grosso. Levantamento feito pela Central de Regulação de Cuiabá, em 2017, aponta que 1.046 pessoas aguardavam por uma cirurgia cardíaca de urgência e outras 390 por um procedimento cardíaco eletivo.
 
O nome da operação “Sangria” é alusivo a uma modalidade de tratamento médico que estabelece a retirada de sangue do paciente como tratamento de doenças, que pode ser de diversas maneiras, incluindo o corte de extremidades, o uso de sanguessugas ou a flebotomia.
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