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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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caso colniza

Seguranças da fazenda de Riva são presos por homicídio; 'posseiros' não estavam armados

Foto: Reprodução

Seguranças da fazenda de Riva são presos por homicídio; 'posseiros' não estavam armados
Quatro seguranças da empresa Unifort foram presos em flagrante neste domingo (6), pela Polícia Judiciária Civil de Colniza, suspeitos do homicídio de Elizeu Queres de Jesus, 38, e pela tentativa contra outras nove pessoas, que ficaram feridas. Os suspeitos fazem a segurança da Fazenda Bauru, de propriedade do ex-deputado estadual José Geraldo Riva. As vítimas são posseiros que estão no local.


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De acordo com informações da assessoria da Polícia Judiviária Civil (PJC), os funcionários foram detidos pela Polícia Militar e interrogados na madrugada de domingo (6). Eles afirmaram que reagiram a invasão da fazenda, realizada por posseiros supostamente armados.

No entanto, alguns dos feridos declaram que nenhum dos posseiros portava arma de fogo. Além disso, de acordo com o delegado à frente da investigação, Alexandre da Silva Nazareth “os elementos de informação produzidos pela perícia, até o momento, nos levam a acreditar que não houve confronto armado, pois só foram encontradas cápsulas de armas de mesmo calibre dos seguranças da propriedade”.

Foram apreendidas quatro armas de fogo, sendo uma espingarda calibre 12, duas pistolas 380, e um revólver, calibre 38. O auto de prisão dos suspeitos foi comunicado ao Judiciário na manhã deste domingo (06). Os presos foram conduzidos à Cadeia Pública de Colniza.

A vítima fatal do confronto foi identificada como Elizeu Queres de Jesus, 38, e veio a óbito ainda no local, após ser atingida por diversos disparos de arma de fogo. O confronto agrário entre posseiros e seguranças da Fazenda Bauru (antiga Magali) ocorreu no início da manhã de sábado (05).

Na manhã deste domingo (6), o Olhar Direto publicou um vídeo que mostrava os ‘posseiros’ correndo dos tiros.

Entenda o caso

A empresa Floresta Viva, que administra a Fazenda Bauru, de propriedade do ex-deputado estadual José Geraldo Riva, em nota, afirma que é constantemente invadida por grileiros que desrespeitam ordens judiciais.

Há três meses, cerca de 200 membros da Associação Gleba União haviam acampado nas proximidades. Eles afirmavam que só deixariam o local se Riva apresentasse um documento que comprovasse a posse da terra de 46 mil alqueires.
 
Já o novo comandante da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Alexandre Bustamante, disse ao Olhar Direto que avaliava a situação para saber se iria enviar reforço policial ao município.
 
A Polícia Civil se deslocou para a propriedade rural onde ocorreu o confronto armado. A Delegacia de Polícia de Colniza solicitou reforço da Gerência de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, Ciopaer, da Secretaria de Segurança Pública, e peritos da Politec de Cuiabá para realizar os trabalhos de local de crime e necropsia.
  
Há quatro meses, o Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Justiça de Colniza oficiou o Governo do Estado sobre risco de conflito armado no local. A preocupação é que ocorra uma tragédia como a chacina de abril de 2017, na qual nove pessoas foram mortas naquela região. 

Em dezembro do ano passado, o juiz Carlos Roberto B. de Campos, da Segunda Vara Cível Especializada em Direito Agrário de Cuiabá, determinou uma reintegração de posse na fazenda. Um estudo do Comitê Estadual de Acompanhamento de Conflitos Fundiários de Mato Grosso comprovou a real situação da área e recomendou a participação de 20 policiais militares na desocupação. 
 
O magistrado também considerou que já havia um mandado de reintegração de posse relacionado a esta propriedade, contra o mesmo grupo, sobre a ocupação da fazenda. O mandado foi deferido no dia 31 de outubro de 2018, mas alguns ocupantes permaneciam no local.

Veja nota da empresa na íntegra:

A Empresa Unifort Segurança lamenta o episódio registrado durante este sábado, 5/1/2019, dentro da fazenda Bauru, em Colniza, próximo à sede, e que envolveu supostos trabalhadores rurais e servidores da empresa. 
 
Nesta data, um grupo de seguranças sofreu uma emboscada e foi surpreendido com disparos de arma de fogo, que atingiram o carro empregado pela equipe para realização de rondas. 

Oportuno esclarecer que os invasores também estavam em poder de foices e facões. 

Sem outra alternativa, os seguranças foram obrigados a reagir para salvaguardar suas vidas, assim como dos demais trabalhadores da fazenda.

Infelizmente, mesmo após a reintegração de posse e anteriormente ao conflito de hoje, pessoas que se
denominam  trabalhadores rurais e que deveriam se manter do 
lado externo da propriedade,  insistem em descumprir a determinação judicial de 31/10/2018.

Registramos várias ameaças e invasões, incluindo disparos de armas de fogo durante as madrugadas em uma explícita ameaça aos funcionários da fazenda.

Imperativo esclarecer que em outubro de 2018, a Segurança  Pública de Mato Grosso recebeu comunicado da empresa Unifort Segurança versando do perigo iminente naquela região, mas a postura por parte do Executivo foi de inércia.

Reafirmamos que mesmo após a reintegração de posse, cumprida em dezembro de 2018, não se registrou a ampliação do número de efetivo policial. 

A Unifort é uma empresa constituída há mais de 20 anos no estado e que emprega hoje mais de 400 pais e mães de família e estará à disposição para esclarecimentos perante as autoridades competentes.

Assessoria Jurídica da Unifort Segurança.
Antônio César da Silva Costa

 
Veja a nota da Fazenda:

A empresa Floresta Viva, em decorrência dos últimos fatos ocorridos em sua propriedade rural situada em Colniza-MT, esclarece:

1) A Fazenda Bauru desde sua aquisição sofre inúmeras invasões ilegais, onde a propriedade é destruída e crimes ambientais são realizados. Todas as invasões foram devidamente comunicadas ao Poder Judiciário;          
                        
2) Os invasores insistem em desrespeitar as ordens judiciais, inclusive de afastamento dos limites da propriedade e, cometem toda sorte de crimes, como ameaça, crimes ambientais e etc. Tais ocorrências sempre foram devidamente comunicadas em tempo e modo as autoridades competentes;                          
  
3) Em razão das inúmeras invasões, a empresa contratou uma empresa de segurança privada, devidamente registrada  e previamente informada as autoridades, com a finalidade de proteger o local das inúmeras invasões;       
       
4)Infelizmente, no dia de hoje, empregados da empresa habilitada de segurança terceirizada privada, situada na Fazenda Bauru, sofreram uma emboscada realizada por terceiros, fortemente armados, que atentaram contra a vida dos seguranças e empregados da fazenda.

5) Lamentavelmente pessoas que se auto denominam trabalhadores rurais, mas que fazem parte de um grupo armado, novamente desrespeitando ordem judicial de reintegração de posse e de afastamento dos limites da propriedade, não somente atentaram contra a vida de pessoas como pretenderam com o uso da força, invadir a propriedade rural produtiva, para cometer crimes de toda ordem.

6)A empresa de segurança limitou-se a se defender no intuito de garantir a integridade física dos seus empregados.                             
  
7) A empresa Floresta Viva, imediatamente após o ocorrido, comunicou os fatos as autoridades competentes.

8) Igualmente, como em todas as ocasiões, a empresa Floresta Viva levará a situação ao Poder Judiciário para garantir a ordem e o cumprimento da lei.

9) Por fim, a empresa lamenta o ocorrido, externando sua preocupação com a vida e integralidade física de todos os envolvidos.
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