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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Fiscalização encontra superlotação, falta de profissionais e medicamentos vencidos em hospitais

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Fiscalização encontra superlotação, falta de profissionais e medicamentos vencidos em hospitais
A Força Nacional de Fiscalização do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem (FNFIS) iniciou nesta segunda-feira (28) a maior operação de fiscalização já feita em Mato Grosso. Somente no primeiro dia, os fiscais constataram superlotação, medicamentos vencidos, inexistência de registro de enfermagem e até mesmo falta de lençóis no Pronto-Socorro de Cuiabá, Várzea Grande e no Hospital Regional de Sinop.


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Em vistoria no Pronto-Socorro de Cuiabá (PSM), os fiscais se depararam com superlotação de pacientes internados nos corredores. Na sala de emergência a capacidade seria para 22 pacientes, no entanto, está com 80. Somente dois enfermeiros e quatro técnicos de enfermagem prestam assistência na unidade.
 
Por conta da sobrecarga, alguns pacientes estariam há três dias sem fazer curativos, o que ocasiona riscos à saúde. A fiscalização também notou insuficiência de materiais básicos como suporte para frasco de soro, medicações vencidas na sala de urgência (amarela) e o medicamento injetável atropina vencido na sala de emergência (vermelha).
 
Pacientes em estado grave de saúde estão sendo atendidos em macas baixas por falta de leitos. Também foram encontradas condições precárias de estrutura, falta de enfermeiros na Unidade de Queimados, auxiliar de enfermagem executando atividades de assistência a paciente com estado de saúde considerado grave e até mesmo falta de registro dos profissionais.
 
No Pronto-Socorro de Várzea Grande, a força-tarefa encontrou medições vencidas e sem identificação da data de abertura. Alguns materiais estavam com esterilização vencida e outros também estavam sem datas. Ainda conforme levantamento, familiares dos pacientes precisam trazer os próprios lençóis e também não há local para guardar os pertences dos mesmos. Nos banheiros, não há sabão para lavagem das mãos nem mesmo álcool gel. A falta de profissionais de limpeza também ocasiona condições precárias de higiene.
 
No Hospital Regional de Sinop, que está sob intervenção do Governo do Estado, os profissionais estão com salários atrasados, aponta o Coren. Em razão do déficit de profissionais, o número de atendimento foi reduzido. Somente casos de urgência e emergência estão sendo atendidos. Embora o abastecimento de insumos e medicamentos tenha sido estabelecido, dois leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão inativos por falta de equipamentos. Na estrutura a fiscalização encontrou rachadura em uma parede da Central de Material Esterilizado (CME). O local para descanso dos profissionais não ofertam lençóis e os enfermeiros precisam trazer de casa.
 
Atualmente, 27.752 profissionais de enfermagem, prestam assistência a 3,5 milhões de pessoas em Mato Grosso. São 5.372 enfermeiros; 12.003 técnicos e 2.630 auxiliares de enfermagem.
 
“O objetivo da Força Nacional de Fiscalização é assegurar que todos os regionais tenham condições necessárias para cumprir sua missão de fiscalizar o exercício profissional de Enfermagem, garantindo condições de assistência”, explica o presidente do Cofen, Manoel Neri.
 
 Outro lado
 

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA PREFEITURA DE VÁRZEA GRANDE 

Em relação ao pedido de esclarecimentos com base no laudo dos Conselhos Regional e Federal de Enfermagem - COREM e COFEN e a Notificação 20/2019, de 28 de Janeiro de 2019 no Hospital Pronto Socorro de Várzea Grande, a Secretaria de Comunicação Social de Várzea Grande informa que:

Fiscalização foi realizada nesta segunda-feira, 28 de janeiro de 2019 por Griziela Rosa Silva (Enfermeira/COREN); Cintia Ribeiro de Paula (COREN - MT ENF Fiscal);
Viviane Camargo Santos (COREN/Fiscal) e Dra. Sabrina Selbert - Fiscal FNFIS/COFEN e Dra. Sandra Valesca Vasconcelos (Fiscal/CTFIS/FNFIS/COREN);

A referida Notificação foi apresentada ao Diretor Geral, Sebastião Ney da Silva Provenzano;

Segundo a Notificação que se encontra anexa a essa nota, foram apontadas uma irregularidade e uma ilegalidade, todas de caráter administrativo, como a Inexistência de Comissão de Ética e a falta de profissionais de enfermagem atuarem sem portar a Carteira de Identidade Profissional (CIP);

Na mesma Notificação é orientado sobre a fiscalização anterior e deixada uma cópia do Relatório Circunstanciado de Fiscalização que data de 30/09/2016;

Solicita ainda que se encaminhe ao COREN a listagem de profissionais de enfermagem, contendo nome completo, categoria, número de inscrição e CPF do profissional.

As Secretarias de Saúde e de Comunicação Social de Várzea Grande reafirmam o compromisso da administração municipal na execução de políticas públicas voltadas ao atendimento da população que necessita do Sistema Único de Saúde - SUS, lembrando ainda que o Hospital Pronto Socorro de Várzea Grande vem desde 2015 passando por melhorias e reformas, sem, no entanto, suspender o atendimento aos pacientes .

Quanto as recomendações apontadas, elas já foram despachadas pelo próprio Diretor Geral da instituição para que as providências exigidas sejam cumpridas, inclusive com o aval da Secretaria de Saúde e da Prefeitura de Várzea Grande.



NOTA DE ESCLARECIMENTO DA PREFEITURA DE CUIABÁ

A Secretaria Municipal de Saúde informa que está preparando o processo de licitação para a reforma do atual Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, que será transformado em Hospital Materno Infantil. O relatório do Conselho Federal de Enfermagem da visita realizada nesta segunda-feira (28) no hospital será utilizado como base para corrigir o quanto antes os problemas identificados.

19.01.30. NOTA HOSPITAL REGIONAL DE SINOP

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) reforça que o Hospital Regional de Sinop (HRS) passa por uma intervenção que retoma o gerenciamento, a operacionalização e execução dos serviços de saúde da unidade hospitalar – anteriormente administrada pelo Instituto Gerir. 

Logo, a SES-MT informa que tomará as medidas cabíveis para a solução dos pontos destacados pela fiscalização, enfatiza e reconhece a extrema dedicação de centenas de profissionais que se dedicam ao restabelecimento do hospital. 

O orgão ainda destaca que a  intervenção do HRS já viabilizou 21 transferências intermunicipais de pacientes e 36 cirurgias, dados que resultam na média de sete procedimentos cirúrgicos por dia. Até 31 de janeiro, a equipe interventora prioriza, sobretudo, o levantamento dos passivos financeiros, as rescisões dos trabalhadores que estabelecem vínculo com a OSS e a contratação desses profissionais para a continuidade do serviço prestado.

ASCOM | SES-MT
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