Um advogado de 31 anos, identificado como Renan Gomes Rodrigues, foi preso na manhã desta segunda-feira (18), por desacatar policiais militares que verificavam uma ocorrência de disparos de arma de fogo em um bar em Guarantã do Norte (a 708 km de Cuiabá). Ele ainda teria chamado os militares de “policinha” e afirmado que “iria a todo custo excluir das fileiras da instituição esse militar”. Ele permaneceu preso na delegacia.

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De acordo com informações da Polícia Militar, por volta das 5h30 da última segunda-feira (18), uma equipe da Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de disparo de arma de fogo em um bar em Guarantã do Norte. Ao chegar ao local, os militares encontraram várias pessoas ingerindo bebida alcoólica e realizaram busca pessoal em algumas delas, mas não encontraram qualquer arma de fogo.

O advogado, em visível estado de embriaguez, se negou a passar pela busca pessoal e tentou dificultar a ação da PM, dizendo que não poderiam abordar as pessoas naquele local. Ele ainda ficou se colocando entre os policiais e os abordados.

Os militares orientaram que ele se afastasse, para que não fosse necessário ser detido ou conduzido à delegacia, o que não foi suficiente. Ele foi encaminhado à 13ª CIPM, e os policiais saíram de lá para atender outra ocorrência. Quando retornaram, encontraram o advogado ainda visivelmente embriagado.

Segundo os policiais, neste momento o advogado chamou um deles de “policinha”, e disse que “iria excluí-lo a todo custo das fileiras da instituição”. Os militares ainda pediram que ele se identificasse, mas o advogado se negou. Em seguida, foi pedido que ele se retirasse da recepção da CIPM e fosse para casa, pedido que ele também não obedeceu.

O policial que havia sido desacatado tentou se retirar da sala da recepção da delegacia, e foi impedido pelo advogado, que empurrou a porta contra ele. O conduzido, então, foi detido, e novamente se negou a obedecer as ordens. Neste momento, ele foi de encontro ao policial, tentando agredi-lo.

Foi necessário o uso de algemas para conter o homem detido, e ele se negou novamente a se identificar. Sua moto, uma CBR 600 RR, também foi apreendida, pois ele estava visivelmente embriagado. Foi lavrado Boletim de Ocorrência e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil, junto ao suspeito.

Na Delegacia da Polícia de Guarantã do Norte, após condução do advogado pela Polícia Militar, foi realizado auto de prisão em flagrante por embriaguez ao volante, desacato, desobediência e contravenção penal de não fornecer identificação. O presidente da OAB de Peixoto de Azevedo foi comunicado. O advogado está preso em uma sala da delegacia e será apresentado em audiência de custódia na tarde desta terça-feira (19).

Procurada, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Mato Grosso, disse que irá se manifestar por meio de nota. Leia a íntegra:

Nota de Esclarecimento

O presidente da Subseção de Peixoto de Azevedo da OAB, Marcus Macedo, informou que foi comunicado, na segunda-feira (18) de manhã, pela Polícia Civil de Guarantã do Norte sobre a prisão do profissional na cidade, assim como solicitado para que houvesse o acompanhamento de um representante da Ordem, ato realizado por ele próprio e pelo presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas da entidade. 

Os representantes da OAB se certificaram de que o profissional estava recluso em local condizente com a Sala de Estado Maior na delegacia, como determina o Estatuto da Advocacia.

Informa, por fim, que assim como garantiu a defesa das prerrogativas, encaminhará o caso ao Tribunal de Ética e Disciplina.