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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Quase 40 municípios mato-grossenses sofreram violação de direitos por terra em 2018

Quase 40 municípios mato-grossenses sofreram violação de direitos por terra em 2018
Durante o ano de 2018, ao menos 36 municípios mato-grossenses sofreram algum tipo de violência e violação de direitos por terra. Isso significa um aumento de 20%, se comparado ao ano anterior. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a violência é divida em três categorias: expulsão da terra (feita por fazendeiros e pistoleiros), despejo da terra (feita pela Justiça) e a pistolagem (pessoas que sofrem ação de pistoleiros).


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No mesmo ano, 633 famílias foram despejadas. Houve um aumento de 88,39%. Sobre famílias expulsas, foram 550, que significa um aumento de 13.650%. Ao todo, 1174 famílias foram vítimas de alguma ação de pistolagem, com aumento de 103%.
 
Os dados foram divulgados terça-feira (23), durante lançamento do Caderno de Conflitos Brasil 2018. É a 34ª edição do relatório que reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro, neles inclusos indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais.
 
Estiveram presentes representantes do Fórum de Direitos Humanos e da Terra, lideranças ameaçadas, representante da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) e do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
 
Impunidade
 
Segundo a CPT, nos últimos 30 anos, cerca de 140 assassinatos foram registrados em Mato Grosso, sendo que nenhum mandante foi preso. Sobre trabalho análogo a escravo, mais de oito mil pessoas foram resgatadas. No entanto, nenhum contratante, fazendeiro, chegou a ser condenado criminalmente.
 
“Quando a gente percebe que a terra virou uma mera mercadoria, a gente entende muito bem tudo isso que vimos. Onde as famílias percebem que tem possibilidade de conseguir espaço para trabalhar, ter sua dignidade, sua família, são expulsos de forma violenta. Terra pra quem? Isso é muito sério, porque Mato Grosso sempre teve esse viés autoritário e de muita violência em cima do camponês, agricultor, os povos indígenas também não ficaram fora de tudo isso", pontuou a representante do CIMI.

"O que a gente percebe hoje, dentro desta violência do campo, diante de termos a terra como mercadoria, água como mercadoria, os povos indígenas, eles se tornam entraves para esse pseudo-desenvolvimento. Não seriam só os povos indígenas, mas praticamente todos aqueles que impedem eles de tirarem o lucro dessas terras, água e floresta”, finalizou.
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