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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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envenenada

“Como se eu tivesse perdido minha neta hoje”, diz avó após prisão da madrasta pela morte da enteada de 11 anos

Foto: Reprodução / Arquivo pessoal

Vítima: Mirella Poliane Chue de Oliveira.

Vítima: Mirella Poliane Chue de Oliveira.

Depois de lutar por cerca de uma década por uma indenização por conta da morte da filha, a merendeira Claudina Chue Marques, de 55 anos, pede justiça. Porém, agora pela morte da neta, Mirella Poliane Chue de Oliveira, de 11 anos. Suspeita de matar a enteada por envenenamento para ficar com uma herança de R$ 800 mil, Jaira Gonçalves de Arruda, de 42 anos, está presa desde a manhã desta segunda-feira (9).


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“É como se eu tivesse perdido minha neta hoje. Foi um baque muito grande. Eu quero ver ela na cadeia, quero ver ela presa, não queremos ela solta”, disse em entrevista ao Olhar Direto.

As informações preliminares são de que a acusada foi encaminhada ao Fórum de Cuiabá, nesta tarde, para audiência de custódia.

A madrasta teria matado a garota por conta de uma herança que ela recebeu, em decorrência da morte de sua mãe no parto, por erro médico. Parte do dinheiro, cerca de R$ 800 mil, ficou guardada para que Mirella só pudesse usar quando atingisse 24 anos.

Conforme as investigações, a madrasta teria envenenado a enteada a conta-gotas com um agrotóxico de venda proibida no Brasil. Apesar da proibição, o pesticida pode ser encontrado no mercado clandestino.

A merendeira disse que começou a desconfiar que algo poderia estar acontecendo depois que a criança começou a ficar doente e perder peso. O acesso a criança começou a ficar restrito depois disso. 

Em um final de semana em que a avó passava com a neta, Mirella disse que queria falar “algumas coisinhas” para o Conselho Tutelar. Entretanto, não dizia o que. “Ela só pediu que queria falar com o Conselho Tutelar, que queria falar algumas coisinhas, mas não dizia o que. Era final de semana e eu não sabia que o pessoal trabalhava no sábado”, acrescentou.

Claudina e a neta Mirella. Claudina contou que tentou visitá-la no hospital, mas sempre era impedida. A merendeira conseguiu algumas vezes, mas após insistência. “Fui ao Juizado para tentar visitar ela no hospital. Eles estavam escondendo ela de mim. Era estranho porque não deixavam a gente chegar perto”, lembra.

Jaira Gonçalves foi ouvida após a morte da menina e contou que convive com o pai desde que ela tinha dois anos de idade e que se considerava mãe de Mirella. Conforme a avó materna, Mirella era obrigada a chamar a madrasta de mãe mesmo morando com a mulher há aproximadamente um ano. O pai seria conivente com a situação.

“Ele sendo marido dela, como pai, ele tinha que chamar a avó materna, porque somos responsáveis. Ele não teve a capacidade, ele não é um homem de palavra, não é um homem de caráter, não teria que ter deixado a responsabilidade para ela, obrigado ela chamar a mulher de mãe. Ele foi irresponsável, um pai desnaturado”, diz.

“Lutei dez anos pela morte da minha filha Poliane. Quando ganhei para dar um futuro melhor para minha neta, acontece isso”, lamentou. O pagamento da ação iniciou em 2019. Até 2018, a menina era criada pelo avós paternos. Em 2017, a avó morreu e no ano seguinte o avô faleceu também, passando a garota a ser criada, naquele mesmo ano, pelo pai e madrasta. A partir daí iniciou o plano da mulher para matar a criança com o objetivo de ter acesso ao dinheiro.

"Mas quem era responsável mesmo era a madrasta e ela quem gerenciava os cuidados com a menina", afirmam os delegados Francisco Kunze e Wagner Bassi.

A morte da garota aconteceu dia 14 de junho de 2019. A madrasta  foi presa temporariamente, por 30 dias. Após a morte, umas séries de exames foram feitos, pois a causa do óbito ainda era indeterminada. “Após esses exames, um estudo muito detalhado da Politec, conseguiu apurar que essa vítima foi envenenada. Fizemos todas as providências investigativas, todas as diligências e concluímos que o envenenamento teria ocorrido em virtude de uma indenização no valor estimado de R$ 800 mil reais, que começou a ser pago para a vítima no ano passado”, acrescenta Wagner Bassi. 

A família materna de Mirella cobra Justiça e pede a responsabilização do pai como cúmplice.
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