A primeira sentença da Justiça Federal sobre o escândalo financeiro da Cooperlucas (Cooperativa de Lucas do Rio Verde), um dos maiores da história de Mato Grosso, deverá sair ainda neste mês e poderá atingir oito pessoas envolvidas no caso.

Dentre os réus no processo figuram um ex-superintendente e um ex-gerente regional do Banco do Brasi, dois advogados, empresários e ex-diretores da Cooperlucas, cujo rombo financeiro chegou a estratosféricos R$ 200 milhões.

O juiz da Primeira Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, segundo apurou o Olhar Direto, já encaminhou os autos ao Ministério Público Federal (MPF) e abriu prazo de cinco dias para a defesa dos acusados se manifestar.

O processo corre em sigilo, porém, conforme o Olhar Direto levantou, o MPF já se manifestou pela condenação dos réus. Foram denunciados na ação Ilvo Vendrusculo, José Nakiri, Antônio Fagundes de Oliveira, Joci Piccini, Milton Luciano dos Santos, Paulo Roberto Gomes Bezerra, Pedro Pereira de Souza e Carlinho José Ceratti.

O caso Cooperlucas teve origem em fraudes na armazenagem de grãos da cooperativa e em operações de financiamentos agrícolas pelo Banco do Brasil, os chamados EGFs (Empréstimos do Governo Federal).

O escândalo estourou em 1999 e, de acordo com as investigações da Polícia Federal, o rombo desestabilizou a economia daquela microrregião, através de operações fraudulentas de financiamento agrícola para custeio agrícola, Aquisições do Governo Federal (AGFs), Empréstimos do Governo Federal, além do desvio de grãos que deveriam ser entregues à União para amortização da dívida contraída junto ao Banco do Brasil.

A Cooperlucas chegou a ocupar o terceiro posto em produtividade de grãos no país e a quinta posição em comercialização de cereais para exportação. Segundo informou o magistrado, em entrevista ao Olhar Direto, outras duas ações penais devem ser analisadas pelo Juízo Federal também neste ano.