O editor-executivo do diário americano "The New York Times" ("NYT"), Bill Keller, disse que o grupo New York Times Company pode voltar a cobrar pelo acesso a parte ou mesmo todo o conteúdo da página do jornal na internet (www.nytimes.com), menos de dois anos depois de ter abolido a cobrança pelo acesso, na tentativa de atrair mais anunciantes.

Keller não deu detalhes sobre o atual estágio das discussões sobre a volta da cobrança de tarifas pelo acesso, segundo a agência de notícias Associated Press (AP). Fontes ouvidas pela AP disseram ainda que as discussões internas da empresa sobre essa questão ainda são gerais e estão em curso.

Em um debate on-line realizado nesta semana, Keller disse que, embora a principal fonte de receita da versão do "NYT" na internet seja a publicidade, há uma discussão "acirrada dentro do 'Times' sobre as formas de fazer com que os leitores paguem pelo que produzimos".

"Informação realmente de qualidade, frequentemente obtida junto a fontes relutantes, testadas quanto à verdade, organizadas e explicadas --esse conteúdo exige pagamento", disse Keller, segundo o site especializado em finanças e negócios Bloomberg. "Algumas pessoas estão pagando pelo [conteúdo do] 'Times' na versão on-line. Apenas não em número suficiente. Até agora."

Entre as possibilidades em discussão estão a cobrança por assinaturas com acesso irrestrito, um modelo pelo qual os leitores pagam centavos a cada vez que clicam em uma página e a venda de conteúdo para dispositivos como o leitor eletrônico de livros Kindle, lançado pela empresa de vendas pela internet Amazon.com.

No dia 20 de janeiro, o bilionário mexicano Carlos Slim Helú emprestou ao "NYT" US$ 250 milhões. Com o dinheiro, o jornal pretende sanar seus problemas financeiros, segundo reportagem do próprio jornal publicada na edição daquele dia. Slim já possui 6,9% da Times Company.

O principal problema do grupo é uma linha de crédito de US$ 400 milhões que vence em maio, e cujo pagamento está ficando complicado por causa da queda das vendas. Nos próximos anos, segundo a reportagem, o 'NYT' tem dívidas de US$ 1,1 bilhão a pagar.

No começo de dezembro, o grupo anunciou que poderia hipotecar sua sede central em Manhattan com o objetivo de obter novo financiamento.

O grupo ainda procura um comprador para sua participação de 17,5% na equipe de beisebol Boston Red Sox, que está avaliada em cerca de US$ 150 milhões.