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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Acusado nega ter agredido enfermeira da UPA Morada do Ouro: “Ela que partiu para cima de mim”

Foto: Reprodução/Ilustração

Acusado nega ter agredido enfermeira da UPA Morada do Ouro: “Ela que partiu para cima de mim”
Vilmar Rodrigues, 39 anos, acusado de agredir a técnica de enfermagem, Tatiane Cristina Barros Aguiar, na noite da última segunda-feira (23) na UPA Morada do Ouro (Unidade de Pronto Atendimento), em Cuiabá, negou que tenha atacado a vítima e afirma que “ela que partiu para cima de mim, tentou me dar um tapa e eu a segurei”. Vilmar ainda relata que não foi ouvido pelo delegado e que não foi facultado a ele o exame de corpo de delito.


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Ao Olhar Direto ele contou o porque de ter ido até a unidade de saúde: “A minha nora passou mal, com muita falta de ar e dando crises. Durante o trajeto ela desmaiou três vezes e por conta disto fomos até a UPA que era mais perto. Chegamos lá e as enfermeiras levaram-na direto para a sala de triagem, porém, não colocaram nenhuma cor, só aferiram a pressão e os batimentos. A pressão estava muito baixa, cinco por oito, e a enviaram à sala de enfermagem para tomar o medicamento”.
 
Segundo Vilmar, foi ai que os problemas começaram a aparecer: “Fiquei 20 minutos aguardando que a enfermeira viesse aplicar o medicamento e ela não veio, quando fui cobrá-la ela foi super grossa e disse: ‘Da para você aguardar?’. Ai eu voltei, e nisso passaram-se mais dez minutos e quando fui vê-la ela estava mexendo no celular com a outra amiga e eu fiquei aguardando. Nisto, entrou uma colega dela e fui perguntar se ela poderia fazer o procedimento, me atendeu super bem e pediu que eu aguardasse”.
 
“Nisso, a enfermeira que diz ter sido agredida saiu da sala e foi tomar satisfação com a outra servidora. Foi ai que ela gritou e perguntou: ‘O que você acha que eu estou fazendo aqui seu vagabundo?’. Eu estava uniformizado e trouxe uma pessoa passando mal para ser atendida, eu não sou médico para saber o que ela tinha e fui chamado de vagabundo”, acrescentou.
 
O acusado ainda conta que neste momento Tatiane teria tentado dar um tapa, do qual ele conseguiu se esquivar: “Eu segurei as duas mãos dela para tentar evitar que ela me agredisse, mas em certo momento ela se soltou e segurou minha camisa. Algumas pessoas vieram afastar a gente e foi ai que minha camisa foi rasgada por ela, que acabou caindo próximo a umas cadeiras. Não houve agressão da minha parte”.
 
Vendo a confusão, os seguranças retiraram Vilmar da unidade de saúde: “Todos estavam revoltados com a atitude da enfermeira, foi ela que me agrediu. O policial veio e comentou com o outro colega que não precisava me algemar , pois eu estava colaborando e todo mundo lá dentro estava alegando que ela era a errada. Tenho 39 anos, nunca tive passagem e fui obrigado a passar por este constrangimento”.
 
O advogado de Vilmar, Lenine Póvoas de Abreu, explicou que agora haverá uma audiência para apurar os fatos. "No Boletim de Ocorrência (BO) que o seu Vilmar fez posteriormente ele registrou uma denunciação caluniosa, pois a enfermeira imputou a ele alguns fatos que não correspondem com a verdade, como o fato de que ele a teria agredido. Quando comprovado que ele é a vítima, vamos tomar as medidas necessárias”.
 
Também foi revelado que Valmir não foi ouvido pelo delegado que atendeu a ocorrência: “O fato do delegado não tê-lo ouvido causa estranheza. Foi um caso de muita repercussão midiática. O correto é ouvir a pessoa quando ela sofre uma denúncia. Ele tem o direito de se justificar e isso não foi concedido ao meu cliente, embora ele estivesse presente”. Por fim, é dito também que o exame de corpo de delito não foi realizado no acusado.

Confira a nota enviada pelo advogado da vítima em resposta ao posicionamento da Prefeitura de Cuiabá sobre o caso:

Quem se dirige a uma UPA ou qualquer unidade de atendimento público de saúde já vai em situação de tensão por ter conhecimento das precárias condições de atendimento no que diz respeito a estrutura física, ausência do número ideal de servidores (médicos, enfermeiros, atendentes), falta de material hospitalar (seringas, macas, leitos, remédios, etc), entre outros motivos que só quem já vivenciou essa realidade é capaz de testemunhar.

Exatamente por essas razões que os próprios médicos, enfermeiros e demais servidores da casa reivindicam com frequência melhores condições de trabalho, motivo que também os fazem desempenhar suas atividades sob forte tensão e stress, criando-se, assim, um ambiente propício para divergências. Tanto é verdade que o próprio Coronel que atendeu o chamado, descreveu o cenário como uma “praça de guerra”

A Prefeitura de Cuiabá/MT, a nosso ver, deveria melhor estruturar o saneamento básico e outras questões que fazem originar inúmeras enfermidades. Posteriormente, dar um maior suporte material nas UPA’s, Pronto Socorro e demais unidades dessa natureza, com estruturas e número de servidores adequados para atender a demanda.

Todavia, parece que é mais fácil (e barato) “eleger” um responsável para justificar os problemas de ordem social e administrativa, emitindo nota de solidariedade a servidora, inclusive para fins de satisfação à sociedade em virtude de matérias jornalísticas que ganham repercussão, do que resolver o problema e apurar os fatos ocorridos.
 
Lenine Póvoas, advogado. 
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