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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Economia

Alta do dólar e inflação deixam ceia de Natal mais cara em 2014

A alta do dólar ao longo dos últimos meses encareceu a ceia de Natal dos brasileiros em 2014. De acordo com especialistas entrevistados pelo R7, a variação de preço dos produtos importados pode alcançar até 15% em relação ao ano passado.


A presidente executiva da ABBA (Associação Brasileira dos Importadores e Exportadores de Bebidas e Alimentos), Raquel Salgado, acredita que os principais vilões para o bolso dos consumidores neste final de ano serão as massas, os molhos e os vinhos.

Ela afirma, no entanto, que os preços dos produtos importados já foram reajustados antes de a moeda norte-americana atingir o patamar de R$ 2,73, em 16 de dezembro — maior valor desde 2005. (Veja ao final a variação do dólar em 2014).

— Esse impacto que a gente já está sentindo, em torno de 10% a 15%, não é em função do preço atual do dólar, mas sim pelo que ocorreu entre janeiro e setembro, alinhado com a inflação.

O gerente do departamento de economia e pesquisa da APAS (Associação Paulista de Supermercados), Rodrigo Mariano, acrescenta que, no início de 2015, os preços devem subir ainda mais caso o real continue desvalorizado.

— Com o dólar maior, alguns produtos importados, e até mesmo nacionais que dependam de insumos importados ou de commodities, tendem a aumentar de preços em toda a cadeia. Consequentemente, o consumidor pagará mais.

Para Raquel, o reajuste será sentido principalmente no valor dos produtos vindos das Américas do Norte e do Sul, que têm como base de troca a moeda norte-americana, como castanhas, uvas e nozes.

2015

De acordo com a presidente executiva da ABBA, caso a moeda norte-americana permaneça valorizada, isso vai pesar no bolso dos brasileiros já no começo de 2015.

— Se [o dólar] estiver a R$ 2,70 e continuar subindo, o castigo vai ser muito grande. Além dessa alta entre 10% e 15%, dependendo do produto, você vai ter mais 20% ou 25% de acréscimo nos preços. Vai ficar muito pesado para o bolso e as importações vão sofrer bastante.

Na avaliação de Raquele, pode até ocorreu “impacto monstruoso” no valor dos produtos importados, não apenas por causa do dólar, mas também em razão do reajuste entre 7% e 10% no preço praticado pelos fornecedores externos, além da inflação alta.

O economista André Braz, do IBRE/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), explica que o real tinha espaço para se desvalorizar frente ao dólar. Mas, em sua avaliação, existe a possibilidade até de o dólar baixar ao longo do próximo ano.

— Essa situação de agora é um pouco atípica, em função desses acontecimentos recentes. Agora, pode ser que o real também se valorize um pouco no início do ano que vem.

Apesar de elevar os preços, o dólar mais alto também traz benefícios, lembra Rodrigo Mariano, já que melhora a produção de riquezas nacionais e possibilita ao País elevar o crescimento.

— [Com o dólar valorizado] haverá um maior estímulo à exportação de produtos nacionais para o exterior e um aumento da renda do setor exportador, o que reflete positivamente no PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro.
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