“Pare, pare, pare com a tortura! Já faz mais de trinta anos que acabou a ditadura!” Esses foram os versos entoados em coro por um grupo com cerca de 40 estudantes que tomou conta de parte do Cisc Planalto e gritava palavras de ordem contra a prisão e agressão de seis alunos da UFMT que protestavam contra problemas com a moradia estudantil universitária em Cuiabá.

Os seis alunos presos estão deste às 16h no Cisc, onde agora estão presos em uma sala improvisada pra não terem de dividir cela com presos comuns – onde ficaram por pelo menos meia hora. A demora da polícia em ouvir o depoimento dos jovens para então liberá-los, ou não, tem deixado os acadêmicos solidários aos colegas de faculdade, além de ansiosos e preocupados.

Para dar fim à manifestação dos alunos dentro do Cisc, foi preciso que advogada Ioni Ferreira Castro, da Adufmat, detida pelos policiais militares ao tentar acompanha de perto os alunos presos, fosse liberada para conversar com os estudantes e acalmá-los.

“Pessoal, preciso que todos mantenham a calma. Queremos vocês aqui, mas não assim. Se continuarem a fazer isso, podem prejudicar seus colegas que estão presos. Estamos tentando acelerar as coisas”, disse a advogada, no corredor do Cisc, sendo ouvida atentamente pelos alunos.

Ainda um pouco exaltados e frustrados por terem de recuar, os alunos se reuniam com a advogada, dessa vez no pátio do Cisc, para tentar esclarecer toda a situação e saber quando os colegas seriam soltos. Depois de cerca de dez minutos de conversa, Ioni deu por encerrada sua tarefa em acalmar os ânimos e voltou para a detenção.

Os alunos da UFMT prometem fazer vigíla em frente ao Cisc até os colegas serem soltos. Por hora, eles descartam uma nova manifestação.