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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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MATO SEM CACHORRO

Apoiado por ruralistas, Taques é convocado por Cacique Raoni para lutar contra PEC da demarcação de terras indígenas

Foto: Rogério Florentino/ Olhar Direto

Apoiado por ruralistas, Taques é convocado por Cacique Raoni para lutar contra PEC da demarcação de terras indígenas
A imagem do governador Pedro Taques (PDT) ao lado do emblemático Cacique Raoni Metuktire, na cerimônia de posse realizada nesta quinta-feira (01), em Cuiabá, é marcante. O líder da etnia caiapó destacou a postura do novo governador, primeiro chefe de Estado a convidar uma liderança indígena para uma posse, mas fez uma cobrança importante: quer ver Taques atuando ao lado dos indígenas na batalha travada em Brasília contra aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, que retira da Fundação Nacional do Índio (Funai) e passa para o Congresso Nacional a competência pela aprovação de demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.


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A cobrança coloca Pedro Taques diante de uma 'saia justa' com alguns de seus aliados. O pedetista foi eleito contando com o apoio maciço do agronegócio e de lideranças políticas reconhecidamente favoráveis ao que determina a PEC 215, como o senador Jayme Campos (DEM) e o deputado federal reeleito, Nilson Leitão (PSDB).
 
Na cerimônia, Raoni entregou um documento que firma um pacto de intenções entre Taques e as comunidades indígenas, tudo sob o olhar atento de Leitão. Questionado pelo Olhar Direto sobre a expectativa diante da cobrança pública feita pelo Cacique, o deputado tucano manteve sua posição e lembrou que Taques pode até se engajar como um defensor da causa, porém não tem mais direito ao voto no Congresso.



“O governador não pode votar mais no Senado. Nós vamos continuar a favor de Mato Grosso. Tenho todo o respeito pelo Cacique Raoni, hoje ele é uma figura internacional, fica pouco no Brasil, aliás, o Brasil é o lugar que ele menos fica. Raoni comprou uma ideia errada da PEC 215, ideia que venderam para ele. Eu estou no combate à corrupção na Funai, do desvio de dinheiro na Funai”, argumentou Leitão.
 
Segundo o parlamentar, sua defesa vai muito além da simples transmissão de competência para a demarcação de terras indígenas. Para Leitão, a corrupção na Funai está fazendo duas vítimas em todo o processo.
 
“Estão matando os irmãos do Cacique. Nos últimos dez anos aumentou 168% a morte de índios por desnutrição, alcoolismo e outras causas. Eu faço um debate porque sei que o modelo está errado. O debate verdadeiro é fazer com que a nação indígena não possa ser usada para fazer o marketing do governo federal e tenha os seus direitos preservados. O índio e o produtor rural são as vítimas daqueles poucos que estão levando vantagens dos recursos que deveria ser destinados para as aldeias. Para se ter uma ideia, foram destinados R$ 25 milhões para a saúde indígena. Esse dinheiro não foi usado em uma cirurgia, na compra de medicamentos. Esses recursos foram usados na locação de veículos. Isso não curou nenhum índio. É esse modelo que eu combato”, disparou Nilson Leitão. 
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