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Sábado, 20 de abril de 2024

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Após vários trotes, atendente do Samu surpreende criança: 'Estou te vendo no orelhão'

Após vários trotes, atendente do Samu surpreende criança: 'Estou te vendo no orelhão'
Uma atendente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) surpreendeu o autor de um trote em Avaré (SP) ao dizer que estava "o vendo". Depois de receber várias ligações do mesmo número, a mulher identificou pelo sistema grava as ocorrências que um menino falava de um orelhão. Ao todo, este ano, o Samu registrou quase 4 mil trotes, média de 23 ao dia.


Confira a conversa registrada:

Atendente: Samu 192
Criança: Oi. É o Corpo de Bombeiros?
Atendente: É aqui do Samu. O que está acontecendo?
Criança: Uma mulher. Caiu e rachou a cabeça.
Atendente: uhum... eu estou vendo você aí no orelhão onde você está.
Criança: O que?
Atendente: Estou te vendo aí no orelhão.
Criança: Como é?
Atendente: Eu ‘to’ te vendo. Vou encaminhar ai a polícia, ‘tá’ bom?
Criança: Como é que você está vendo eu?
Atendente: Vou encaminhar a polícia até o orelhão onde você está?
Criança: ‘Tá’, tchau.

Segundo o coordenador do órgão, Claudio Nardinelli, os trotes atrapalham o atendimento de uma ocorrência de urgência, em que o tempo é fundamental para salvar vidas. “Quando alguém passa um trote no Samu, o médico médico pode perder a oportunidade de atender um caso grave de acidente, infarto, dano cerebral", explica. A criança flagrada pela atendente não foi localizada. 

Situação comum
A Polícia Militar em Avaré (SP) registra 11,4 mil trotes de janeiro a maio deste ano, média de 75 trotes por dia. O número é 10% maior em comparação com o mesmo período de 2014, quando houve 10,2 mil registros. Segundo o levantamento, é como se 13% da população da cidade tivesse feito algum trote em 2015. A cidade tem 87,8 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com os bombeiros, as ligações são comuns também na corporação de Avaré. Na maioria das vezes os trotes são feitos por criança, diz o sargento do Corpo Bombeiros Jairo Pedroso. Para tentar minimizar o transtorno, é usado o identificador. “Na maioria das vezes nós marcamos o número e, mais tarde, ligamos nesse número e tentamos falar com os pais. Quando conseguimos, orientamos a não deixar que essa criança faça isso”, diz Pedroso.

Além de crianças, que estão no período de férias escolares, as ligações ilegais são feitas também por adultos. A prática criminosa toma o tempo dos profissionais e pode ainda prejudicar quem tente fazer uma ligação para uma emergência real, alerta o capitão da PM Rodrigo Augusto Santana. “O trote é crime capitulado pelo artigo 340 do Código Penal, com pena de 1 a 6 meses de detenção ou multa”, afirma.
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