Os alunos do Programa Brasil Alfabetizado em Boa Vista retornam às aulas nas escolas municipais e Centros de Referência de Assistência Social (Cras) na segunda-feira (2) e quinta-feira (5), respectivamente. São 271 estudantes matriculados em 11 polos. Os professores têm como meta superar o analfabetismo entre jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos.
Em 2014, o município adotou o programa idealizado pelo Ministério da Educação. Sob a coordenação da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec), o Brasil Alfabetizado conta com uma equipe de 12 professores distribuídos em 15 turmas.
Os polos de alfabetização funcionam atualmente nas escolas municipais Raimundo Eloy Gomes, no bairro Senador Helio Campos, Glemíria Gonzaga Andrade, no Cidade Satélite, Francisco Cássio de Moraes, no União, Hilda Franco, no Equatorial, e nos Cras dos bairros Centenário, Pintolândia, Calungá e União. A Associação dos Moradores do bairro Santa Tereza também funciona como apoiadora do projeto.
A coordenadora geral do programa em Boa Vista, Paula Monalisa, explica que o Brasil Alfabetizado reconhece a educação como direito humano e a oferta pública da alfabetização como porta de entrada para a educação e a escolarização das pessoas ao longo de toda a vida.
“Quem não teve acesso à educação por qualquer motivo, pode ter esse aprendizado ainda. Independentemente da idade ou condição financeira, sempre há tempo para aprender”, enfatizou.
Segundo a professora Maria das Graças, da Associação dos Moradores do bairro Santa Tereza, entre os alunos existem histórias das mais comoventes até as mais curiosas, que dificultaram o acesso ao ensino regular.
“A maioria dos meus alunos é formada por pessoas idosas que não puderam estudar por causa das dificuldades vividas durante a juventude, pois tinham de trabalhar para ajudar nas despesas da casa, deixando de frequentar a escola. Uma de minhas alunas não estudou quando jovem porque o pai não queria que ela soubesse escrever e assim enviar bilhete para algum pretendente”, relatou.
Os jovens, acima de 15 anos, adultos e idosos que tiverem interesse em retomar os estudos, devem procurar informações em um dos polos. Os municípios que adotaram o programa recebem apoio técnico na implementação das ações para garantir a continuidade dos estudos aos alfabetizandos.
