O presidente do PMDB em Mato Grosso, o deputado federal Carlos Bezerra, lamentou muito a postura do ministro da Agricultura, Neri Geller (PMDB), que em entrevista ao Olhar Direto se negou a revelar o candidato que apóia ao governo do estado, mesmo tendo a deputada estadual Teté Bezerra como vice de Lúdio Cabral (PT) na coligação “Amor a Nossa Gente”. Apesar da surpresa com a declaração do seu correligionário, Bezerra afirmou com tranquilidade que o caso é grave e prometeu tomar providências rígidas.

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“Isso é no mínimo um absurdo. Um filiado do PMDB que é ministro por um trabalho partidário, se negar a declarar voto quando estamos compondo uma chapa majoritária com o PT. Cabe até expulsão, isso é gravíssimo”, disse o deputado federal. Bezerra, que pela longa trajetória política tem muita influência na cúpula nacional do PMDB, avisou que vai reunir o conselho político e avaliar o comportamento do ministro para encaminhar uma decisão.

Para o deputado federal, as posições do ministro Neri Geller podem gerar um fato inédito em Mato Grosso nos últimos anos. “A Dilma pode ficar sem palanque em Mato Grosso. Um ministro do governo vem aqui e se reúne com outros grupos, se nega a declarar voto e fica dando corda. Ele nem para a Dilma está trabalhando”, criticou o deputado.

Depois de alguns minutos debatendo o assunto por telefone, Carlos Bezerra avaliou que as atitudes de Geller, que foi acusado de articular a indicação do amigo Carlos Fávaro para vice de Pedro Taques (PDT) e teria se reunido com o candidato logo após a abertura da Expoagro, são orientadas por um “certo político”.

“Esse grupo, apesar do PP e o PDT nacionalmente caminharem com o governo, trabalha contra a presidente Dilma em Mato Grosso. E tudo isso que está acontecendo está sendo orquestrado por uma pessoa, que quer eleger o governador e o senador daquele grupo”, enfatizou o peemedebista.

Questionado se esse nome seria o do senador Blairo Maggi (PR), Bezerra deu um curto riso e respondeu: “Você avalia e pensa o que você quiser”.