O vice-governador Carlos Fávaro (PP) anunciou sua filiação ao PSD em jantar com o presidente nacional da sigla, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, na noite da última segunda-feira (21), em Brasília (DF). Ele vai assumir a presidência do PSD em Mato Grosso no lugar de Neurilan Fraga, que está no interinamente comando da sigla desde julho, e oficializar a entrada do partido na base do governador Pedro Taques (PSDB). O ato de filiação está previsto para outubro, e conta com o aval de Taques.

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“O partido fica mais forte em Mato Grosso com a chegada do vice-governador Fávaro, um quadro importante, uma grande liderança, que já mostrou sua competência e certamente trabalhará muito para fazer o melhor por todo o estado”, discursou Kassab.

O PSD foi fundado em 2011, e sua criação em Mato Grosso foi capitaneada pelo ex-deputado estadual José Riva. Na época, a sigla serviu para acomodar o grupo político do então presidente da Assembleia Legislativa. Em 2012, o PSD elegeu o maior número de prefeitos e vereadores do estado. Porém, com a derrota de Riva e de sua esposa Janete na disputa pelo Palácio Paiaguás, em 2014, e o fato de não ter elegido nenhum deputado federal, o partido sofreu uma derrocada, agravada pela prisão do seu principal líder, que passou quatro meses no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).

Como Riva é um dos principais adversários políticos do governador Pedro Taques, Fávaro impôs a saída dele e de sua filha, a deputada estadual Janaina Riva, além do deputado estadual Gilmar Fabris, como condição para se filiar ao PSD. "Não é nada pessoal, apenas incompatibilidade de projetos", declarou o vice.

A exigência dele vai ao encontro dos anseios do trio, especialmente de Janaina, que tem dado reiteradas declarações de que não aceita continuar em um partido que está migrando para a base de Taques. Ela aguarda apenas um documento autorizando sua saída do PSD para se filiar ao PMDB, e vai se reunir com Fávaro esta semana para acertar sua desfiliação.

Fusão com o PL

A filiação de Fávaro ao PSD é uma estratégia de Kassab visando não apenas acomodar o partido na base de Pedro Taques, mas também abrigar o grupo político que aguarda a recriação do Partido Liberal (PL). Com a dificuldade para obter o número mínimo de assinaturas de apoiamento necessárias, a sigla pode acabar não sendo criada a tempo de filiar os que pretendem disputar as eleições de 2016, ou seja, até 2 de outubro deste ano, um ano antes do pleito. Como o plano de Kassab é fundir as duas siglas após recriar o PL, filiar Fávaro ao PSD já adianta o processo.

“Vou lutar por um Mato Grosso mais forte e mais robusto na federação. Isso não se faz sem fortalecer os municípios. Para isso é preciso dar estrutura e suporte partidário para prefeitos e seus vereadores e deputados estaduais e federais. O convite do Gilberto Kassab foi fundamental para isso. Meu objetivo agora é ajudar o governador a transformar esse estado. E fortalecer Mato Grosso na federação”, disse Fávaro.
 
Participaram do jantar mais de 40 líderes políticos, como o senador José Medeiros (PPS), os deputados federais Nilson Leitão (PSDB) e Fábio Garcia (PSB), o ex-deputado federal Eliene Lima (PSD), os deputados estaduais Leonardo Albuquerque (PDT) e Pedro Satélite (PSD), 10 prefeitos e mais de 20 pré-candidatos a prefeito e vereador, além do atual presidente da sigla, Neurilan Fraga.