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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Conselhos Tutelares de MT registram avanços, mas maioria sofre por falta de estrutura

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Guilherme Maluf: Conselhos tutelares apontam avanços, mas buscam estrutura nos municípios

Guilherme Maluf: Conselhos tutelares apontam avanços, mas buscam estrutura nos municípios

Superando até mesmo algumas das instituições públicas em credibilidade, os conselhos tutelares de Mato Grosso vivem um processo de transição, por conta da necessidade de atender à crescente demanda até mesmo nos pequenos municípios.


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Desta forma, a falta de estrutura adequada nos municípios é considerada pelos conselhos tutelares como um dos principais desafios para melhorar e ampliar o atendimento às crianças e adolescentes. Em Mato Grosso, das 141 instituições que cuidam dos menores no Estado, 108 contam com equipamentos em situação classificada como ruim.
 
Já um ponto positivo em Mato Grosso é a existência dos conselhos tutelares em todos os municípios, além de contar com a segunda melhor escola de capacitação de conselheiros tutelares do país.
 
A criação dos conselhos tutelares foi obrigatória com a publicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 25 anos nesta segunda-feira (13), e também avançou nos princípios da proteção integral de crianças e adolescentes e a prioridade absoluta na destinação de políticas públicas, conforme registro da reportagem do Olhar Direto.
 
Para discutir os 25 anos do estatuto, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB), propôs a realização de audiência pública que acontece no auditório Milton Figueiredo, a partir das 15 horas, para discutir políticas principalmente o combate à violência contra a criança, que em muitas ocasiões, ocorre dentro de casa, de acordo com os próprios conselhos.
 
Presidente da Associação de Conselheiros e Ex-conselheiros Tutelares de Mato Grosso (ACTMT-Unificar), Iraides Quirino Xavier Vieira, disse que mesmo sendo referência nacional, a escola de conselheiros está desativada há dois anos por falta de espaço físico. Um novo foi definido, na antiga sede da Prosol, mas o convênio ainda não foi firmado.
 
“A estrutura ainda é o principal problema, em 2009, com emendas parlamentares dos deputados estaduais, os 141 conselhos tutelares receberam um computador e um carro, mas eles já estão deteriorados pelo uso. Conseguimos equipamentos para 20 municípios graças a emendas parlamentares do então senador Pedro Taques, hoje governador e do então deputado federal Wellingon Fagundes, e também em alguns casos que o Governo Federal investiu como em Cuiabá e Várzea Grande, somando 33 cidades”, afirmou.
 
Os conselhos tutelares defendem que a equipagem das unidades sejam com um veículo, cinco computadores, uma impressora, um bebedouro e uma geladeira, kit que costa aproximadamente R$ 50 mil no total.
 
“O atendimento é intenso, muitas vezes em zona rural. Por isso, a estrutura é fundamental. Para a Copa do Mundo, tiveram recursos federais para todas as sub-sedes implantarem o conselho modelo, mas nenhuma capital conseguiu. Estamos trabalhando junto à Prefeitura de Cuiabá para sermos a primeira a ter, de acordo com a administração, falta documentação para o terreno”, argumentou Jussara Cristina Rodrigues de Souza, primeira diretora secretaria da associação.
 
O conselho modelo seria importante porque os recursos federais prevêem investimento também em cidades com menos de 50 mil habitantes, melhorando a realidade. “O conselho em Vila Bela da Santíssima Trindade, por exemplo, fica em um banheiro público desativado”, exemplificou Jussara Souza.
 
AVANÇOS – Com o Estatuto da Criança e do Adolescente, em 2012, após a alteração na lei, os conselheiros tutelares passaram a ter direitos trabalhistas. O mandato que era de três anos passou para quatro e as eleições serão unificadas a partir de outubro desse ano.
 
Como política de avanço, a associação defende que seja criada uma superintendência ou coordenadoria para na Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas) para tratar especificamente sobre as crianças e adolescentes.
 
“Essa audiência pública será importante para discutir melhorias e a abertura da Assembleia Legislativa ao tema é fundamental, no estado, essa será a única comemoração e discussão sobre os 25 anos do Estatuto da Criança e Adolescente. Também estamos confiantes porque a gestão da Setas está sendo muito receptiva, em diálogo com os conselhos”, disse a presidente da associação.
 
VÁRZEA GRANDE – Presidente do Conselho de Direito da Criança e Adolescente de Várzea Grande, Leandro Fábio Momente, disse que os desafios são a falta de estrutura também nas famílias, como o desemprego, ausência de moradia.
 
“A vida do Estatuto da Criança e Adolescente é dentro da sociedade, está mergulhado dentro dessa fragilidade porque trabalha com crianças que vivem nessa situação de falta de escola, saúde, atendimento e trabalho para os país que também não cuidam das crianças”, explicou.
 
A atuação é dentro de todas essas dificuldades sócio-econômicas familiares. “Em Várzea Grande, fizemos uma parceria com estudantes de serviço social da Univag para fazer levantamento sócio-econômico de 4 mil famílias para se ter um mapa estatístico, que é importante para fazer o trabalho de dotação orçamentária para investimentos no próximo ano”.
 
 
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