Cuiabá sediará de 28 de fevereiro a 08 de março o maior campeonato de beisebol da América do Sul. Ao todo, serão cinco países participando, com a possibilidade de que este número aumente. Uma equipe japonesa também estará no evento que dará uma vaga nos jogos Pan-Americanos de 2015 que acontecem este ano em Toronto, no Canadá. O torneio deverá reunir cerca de 200 atletas.

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“Este é um dos eventos mais tradicionais do beisebol. Ele vai rodando os países da América do Sul e a cada ano um deles é escolhido. O último a sediar o torneio foi o Chile e agora (2014) era para ter sido no Peru e 2015 deveria ser a vez do Brasil. Porém, houve desistência do Peru por questões financeiras e por isso a Confederação Sul-americana solicitou que nós antecipássemos o evento para o início deste ano”, disse ao Olhar Direto o presidente da Federação Mato-grossense de Beisebol e Softbol, Yuji Izawa. 
 
Izawa explica que várias cidades do país foram analisadas para sediar este torneio, que geralmente acontece em São Paulo (SP), um dos polos do esporte no país: “Vamos dizer que 90% do beisebol brasileiro acontece no estado de São Paulo. Cuiabá aceitou este desafio de se candidatar, adequou os campos (em Cuiabá e Várzea Grande), fizemos inclusive um sistema de drenagem e irrigação computadorizada. O pessoal da Federação Internacional esteve na capital mato-grossense e aprovou a realização da competição aqui”.


Izawa (esq) é presidente da Federação Mato-grossense de Beisebol e Softbol. (Rogério Florentino/Olhar Direto)
 
“Este torneio irá colocar Mato Grosso no mapa do beisebol mundial e ajudará a difundir a nossa cultura, economia e nosso povo com vários países do mundo. Os benefícios vão além da esfera esportiva. Temos a certeza que ganharemos novos adeptos do esporte com o evento”, ressalta o presidente da federação.
 
No dia 27 de fevereiro, os cinco países que estão confirmados devem desembarcar em Cuiabá, são eles: Brasil, Argentina, Bolívia, Peru e Colômbia. Além deles, há a possibilidade do Equador participar. Também está confirmada a participação especial de uma equipe universitária do Japão (Nittai),
 
XIII Sul-americano de Beisebol
 
Segundo a programação do torneio, devem ocorrer três jogos por dias, sendo dois em Várzea Grande e um em Cuiabá. Os campos ficam na Associação Nipo Brasileira das duas cidades. Pela manhã, as partidas serão das 08 horas ás 11 horas e a tarde das 14 horas ás 17 horas. “No dia 06 de março, teremos a presença do cônsul-geral do Japão, Noriteru Fukushima, que se encontrará com o Governador Pedro Taques (PDT)”, revela o presidente.
 
Os jogos terão entrada franca. No local os torcedores poderão encontrar lanchonetes, estacionamento, arquibancadas cobertas, banheiros, entre vários outros atrativos. “Temos uma ótima estrutura para receber este campeonato e o público. O evento, que é o maior da América do Sul no esporte, acontece de 28 de fevereiro a 08 de março”, disse Izawa.
 
O presidente da federação ainda explica que a cidade também aproveitará os benefícios deste torneio. “Será uma oportunidade para fomentar o turismo, hotéis, comércio, e outros pontos, não só de Cuiabá, mas também do Estado. Nós temos aqui um setor turístico muito rico para ser explorado como Chapada do Guimarães, Nobres e Cáceres. Cada país deve trazer aproximadamente, além dos 200 atletas e comissão técnica, cerca de 30 ou 40 pessoas. Seria uma oportunidade de mostrar tudo isto para o mundo, além de abrir portas para os negócios”.
 
O esporte
 
“Existe um mito de que o esporte é praticado só por japoneses, mas ao longo dos anos isto foi mudando. Hoje temos mais praticantes não japoneses, do que descendentes. A pessoa não precisa se acanhar”, ressalta Izawa. Para o diretor de assuntos estratégicos da federação, Motomu Yabumoto “este é um esporte totalmente educativo e precisa sempre da colaboração de toda a equipe. Não existe a história de não querer passar para um companheiro, pois todos precisam de todos. Não existe muito contato físico, uma equipe está sempre defendendo e a outra sempre atacando. É um esporte muito bonito”.
 
O presidente acredita que o fomento do esporte precisa começar desde cedo nas escolas: “O beisebol é difícil você aprender quando se é adulto, então é de extrema importância que comece a praticar com sete ou oito anos de idade, para que quando esteja com 12 anos tenha uma técnica apurada e saiba jogar. Para conseguirmos chegar neste público, precisamos de investimentos”.
 
“O Governo japonês disponibiliza um técnico profissional de beisebol para ficar dois anos na cidade que foi contemplada para o programa de intercâmbio de técnicos. Cuiabá já recebeu três deles, o primeiro esteve aqui por dois anos e foi embora, o segundo o mesmo período e o terceiro encontra-se na cidade ministrando aulas gratuitas, não precisa comprar material, é tudo custeado pelo Japão. Nos finais de semana têm aulas de manhã e a tarde no campo de Várzea Grande. Toda a população está convidada para comparecer”, convida o comandante da federação.
 
Motomu ainda aproveita para fazer uma comparação: “O beisebol é bem difundido nos Estados Unidos e Japão. O esporte, diferentemente do futebol em que temos muita das vezes só o meio de campo com o raciocínio e a técnica mais apurada, exige que todos os atletas tenham um raciocínio aguçado. Ele é rápido, cheio de regras e de possibilidades de jogadas”.

Atualizada ás 11h46 do dia 26/01/2015