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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Debate do Rio teve excesso de energético e sorriso infeliz

A culpa foi do energético. Ao menos foi essa a justificativa apresentada pelo senador Marcelo Crivella, do PRB, para a mudança de 180 graus na sua postura perante as câmeras durante todo o debate entre os candidatos ao governo do Rio nesta terça-feira na TV Globo. Até na hora de responder o motivo de ter se apresentado com declarações irônicas e como franco atirador, o concorrente elegeu a irreverência: “É que eu tinha tomado Red Bull”, tascou, em entrevista aos jornalistas após o encerramento do confronto. 


Muito diferente da postura contida e discreta de sempre, Crivella alfinetou o governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão, durante a coletiva. E lhe atribuiu uma nova alcunha: “Cabrão” – híbrido de Cabral, em referência ao ex-governador Sérgio Cabral, e Pezão. Os jornalistas, que tiveram que assistir ao debate de uma sala de imprensa montada no Projac, sem qualquer acesso ao estúdio, não paravam de se impressionar com a performance de Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, que passou longe do tom que lhe é mais peculiar: a de quem fala como se estivesse apascentando o rebanho.

Se Crivella se excedeu no Red Bull, o candidato Anthony Garotinho parecia em abstinência de qualquer energético. Por estratégia ou mero abatimento mesmo, parecia outra pessoa. Durante a coletiva à imprensa, atribuiu ao formato do debate essa impressão, já que teria respondido a menos perguntas. Ou seja, teria tido menos oportunidades de fazer declarações impactantes ao longo do debate. O fato é que aquele Garotinho em frente aos jornalistas não era, nem de longe, o mesmo polêmico ex-governador do Rio de Janeiro.

Já ao governador Pezão, dono do sorriso mais controverso da noite, coube tentar justificar o motivo pelo qual tomou a atitude de rir ao ser perguntado pelo candidato do PSol, Tarcísio Motta, sobre o paradeiro do pedreiro Amarildo, que desapareceu em 2013 após uma abordagem policial na Favela da Rocinha. “Não fui o único a rir. O jeito que ele fez a pergunta foi estranho. Sei o quanto esse assunto é serio”, disse aos jornalistas em tom solene. No entanto, àquela altura, as próprias redes sociais já ecoavam, antes mesmo do fim do debate, o infeliz sorriso de Pezão.

Saia justa
O governador ainda se viu numa saia justa ao ser confrontado pelo jovem Renê Silva, morador do Complexo do Alemão, durante a coletiva. Renê, criador do jornal Voz da Comunidade, ficou conhecido por, em novembro de 2010, ter relatado, em tempo real, pelo Twitter, a ocupação das forças de segurança na localidade. Pois nesta terça-feira, lá estava Renê no Projac para perguntar à queima-roupa a Pezão o que ele pretende fazer para resolver a violência em comunidades como o Alemão, que, naquele exato momento da entrevista, era alvo de tiroteio entre policiais e traficantes.

Ao menino Renê, Pezão respondeu meio que sem responder direito. Desta vez, não riu. Mas também não explicou o que o adolescente tanto queria saber.

Ao candidato do PT, Lindberg Farias, coube a cena de otimismo desenfreado de sempre. Quarto lugar nas pesquisas, bem abaixo de Pezão, Garotinho e Crivella, voltou a pregar que a briga pela segunda vaga no segundo turno ainda está em aberto. E foi além: disse que a candidatura Garotinho está “derretendo”. “Ele não está garantido no segundo turno”, arriscou, parecendo muito mais confiante nisso do que o maior interessado: Crivella, em terceiro na disputa, segundo as pesquisas.

Por fim, coube a Tarcísio Motta eleger o mentiroso da noite, provocado por uma jornalista: “no quesito mentira, o Garotinho ganha”, não titubeou.
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