Bem ao seu estilo polêmico, o deputado estadual Walter Rabello (PP) criticou secretário de Estado de Administração, César Zílio, e o acusou de fazer terrorismo dentro da Polícia Militar, criando um clima de rivalidade entre as categorias. A denúncia foi feita pelo progressista, que é presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa.

“O secretário de Estado de Administração, César Zílio, está fazendo terrorismo dentro da Polícia Militar de Mato Grosso”, afirmou Rabello durante sessão nesta quarta-feira (13).

Rabello recebeu representantes dos praças e já procurou o líder do governo na Assembleia, Romoaldo Junior (PMDB), que prometeu levar a reivindicação ao governador Silval Barbosa (PMDB) e trazer uma resposta até a próxima semana.

No entanto, em nota, o secretário César Zilio, negou as acusações e garantiu o deputado está equivocado nas informações repassadas.

“As informações repassadas ao deputado estão equivocadas, já que o Estado sempre primou e sempre primará pela unidade nas categorias de servidores públicos estaduais. Em nenhum momento foi ou será feita uma negociação para que uma categoria seja preterida em razão de outra. As negociações com a Polícia Militar sempre estiveram abertas, com diálogo, sendo que em momento algum foram feitas ameaças de não haver reajuste caso não fosse aceita determinada proposta”, consta da nota.

Por outro lado a categoria alega que a proposta do governo é de aumento de 4% aos praças em dezembro de 2011; 6% para 2012; 10% para 2013; e 10% para 2014, esse índice já incluindo o INPC anual (exceto 2011 que já foi repassado).

Ainda de acordo com os praças, se o Índice Nacional de Preços Ao Consumidor (INPC) for, novamente de 6,%, tal como foi o considerado neste ano, o aumento real a ser dado para os praças em 2012, não existiria.

Para Rabello, o secretário estaria criando três polícias dentro da PM, oferecendo 4% de aumento para os praças, equiparando o salário dos coronéis ao dos delgados especiais da Polícia Civil e de tenente-coronel para baixo Zílio quer dar o mesmo percentual de aumento dos praças.

“Ele ameaçou a categoria dizendo que se os praças não aceitarem, não haverá aumento algum para a Polícia Militar”, revelou o parlamentar destacando que os oficiais da PM não estão sabendo dessa ”manobra” e acham que na proposta do governo o salário deles está atrelado ao do coronel. “Vai ficar uma briga entre praça, oficial e coronel, um desastre para o governo”, completou.

“O Estado trabalha conforme as possibilidades financeiras e orçamentárias existentes, primando sempre pelo cumprimento de seus deveres junto aos servidores público de pagar o salário em dia e dentro do mês”, alegou o secretário ainda em nota.

O deputado Rabello também reforçou que o secretário César Zílio garante que esses percentuais tiveram o endosso do comandante geral da Polícia Militar, coronel Osmar Farias.

“Isso está tendo anuência do coronel Farias, que é diretamente subordinado ao governador”, disse. A situação chegou ao ponto de os representantes dos praças deixarem de comparecer a uma reunião nesta quarta-feira (13) , no Comando Geral da PM, onde estavam justamente os coronéis.

“Nós não teríamos condições psicológicas de contrapor os nossos comandantes sob pena de sofrermos represália. Aqui, por exemplo, tem policiais com promoções marcada para dezembro, agora imagina se um de nós bate de frente com a proposta deles”, observou um outro representante dos praças, que não se identificou.