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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Despoluição da Baía de Guanabara pode demorar 20 anos, diz ministra do Meio Ambiente

Sobrevoar a Baía de Guanabara e a Bacia de Jacarepaguá não é uma experiência agradável. A espuma de esgoto e os rios assoreados ao redor mostram como os programas de despoluição estão longe de manifestarem resultados. Sem unidades de tratamento de lixo, as águas que chegam a estes ecossistemas levam dejetos para uma área cada vez maior e degradam a fauna marinha. Ontem, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reconheceu que o problema é “complexo” e que os esforços para limpar a região devem ser contínuos “nos próximos 20 anos”.


— Não é (um problema) trivial. Nenhum país do mundo que recebeu o problema de poluição de rios e de baías fez isso da noite para o dia — ressaltou, em um evento em homenagem à Semana do Meio Ambiente. — Deve haver uma compactuação que transcenda a visão dos governos, o “curto-prazismo”, e uma determinação da sociedade para que (o tema) esteja na agenda de todos os governantes nos próximos 20 anos.

Veja aqui fotos aéres feitas pelo GLOBO sobre poluição nas águas do Rio.

Segundo a ministra, a Baía de Guanabara enfrenta uma situação diferente de décadas atrás. À época, o esgoto vinha, principalmente, de 55 grandes indústrias. Hoje, 49 delas estariam com o impacto controlado. Mas a conexão de bacias hidrográficas e a baía, alinhada com a intensa urbanização, explicariam o cenário atual.

Izabella ressalta que o programa de despoluição não é uma atribuição exclusiva do governo federal — e, por isso, depende do orçamento de outras esferas do poder público. É preciso ter uma “vontade política comum”, em vez de programas constantemente interrompidos.

— Você tem que ver o que é saneamento, o que é investido, um programa que tem investimento do governo do estado — lembra. — Mas há um compromisso de que vamos recuperar (a baía). Há soluções, mas é necessário um ponderamento da sociedade. Não se pode fazer disso um assunto que para e que começa e que você vai e volta. O Rio tem condições de fazer esse enfrentamento.

O biólogo Mario Moscatelli, que monitora pelo ar as bacias cariocas e a Baía de Guanabara, atribui a poluição à falta de unidades de tratamento de lixo. Após a implantação dessas estruturas, não haveria mais despejo de novos dejetos nos sistemas lagunares, e seria mais prático retirar aqueles que já estão presentes nos rios.

— Não adianta vir com essa história de (que precisamos de) duas décadas — protesta. — Uma estratégia que pode ser realizada a curto prazo é a blindagem de quilômetros de rios que se transformaram em esgoto. As unidades de tratamento de lixo bloqueariam a contaminação do sistema lagunar.

Depois destas instalações, viriam medidas mais amplas, como a dragagem da Bacia de Jacarepaguá e a remoção de lixo na Baía de Guanabara, concentrada em sua região mais poluída — os litorais de Duque de Caxias, Rio, São Gonçalo e Niterói.

A longo prazo, segundo o biólogo, o governo promoveria políticas de transporte, habitação e saneamento, projetos que controlariam o crescimento desordenado da cidade, trazendo “algo que transforma o valão em rio novamente”.

— A Baía de Guanabara vai sediar as competições de vela nos Jogos Olímpicos de 2016. Assumimos um compromisso diante do mundo de que vamos limpá-la — alerta. — Ainda há tempo para evitarmos um fracasso retumbante.

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