O traçado da BR-158 não vai passar por dentro da reserva indígena Maraiwatsede. O anúncio foi feito nesta terça-feira (20) pelo diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), general Jorge Ernerto Ponto Fraxe. A notícia foi dada em primeira mão ao governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), com quem Fraxe reuniu-se em Brasília.

A alteração na rota se deve ao fato de que o trajeto original da BR-158 passava por dentro do território indígena Maraiwatsede. A Funai colocou empecilhos para a construção do asfalto no trecho de 120 quilômetros que atravessa a reserva.

Segundo o próprio Silval, a decisão tem por objetivo evitar conflitos com os interesses das comunidades indígenas que ocupam a região.

"O diretor do Dnit obteve a informação da ministra do Planejamento, Mirian Belchior, e o traçado da 158 será alterado para contornar a reserva", confirmou o governador.

Com base no projeto para o novo traçado, a rodovia vai passar pelos municípios de Bom Jesus do Araguaia, Alto Boa Vista e Serra Nova Dourada. O novo percurso da rodovia terá cerca de 180 km, 60 km a mais do que o original.

A BR-158 atravessa o Brasil de Norte a Sul. Ela começa em Altamira, no Pará, e termina em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, já na fronteira com o Uruguai. Os seus 3.864 quilômetros de extensão também passam pelos estados do Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

A implantação definitiva da rodovia aconteceu no fim da década de 70, mas sua abertura teve início em 1944, dentro do projeto de interiorização idealizado pelo então presidente Getúlio Vargas.

Dos pouco mais de 800 km da BR-158 em Mato Grosso, cerca de 400 km ainda são de estrada de terra esburacada, que se tornam quase intransitáveis no período de chuva.