Único deputado federal da bancada de Mato Grosso na Câmara dos Deputados que votou a favor da proposta de emenda à Constituição (PEC) 37/ 2011, o deputado federal Eliene Lima (PSD) afirmou nesta quarta-feira (26) que não está preocupado com a repercussão negativa do seu posicionamento. A PEC pretendia tirar poder de investigação criminal do Ministério Público (MP).

“Mantive a coerência. Não mudei minha opinião por conta das manifestações. Na comissão especial (criada pela Câmara para analisar a PEC), eu me aprofundei na discussão sobre a proposta”, disse Lima. Ele já havia votado a favor da proposta na comissão, onde atuou como titular.

A Câmara dos Deputados colocou a PEC em pauta em decorrência das manifestações realizadas em todo o país nos últimos dias. Realizou a votação na noite de ontem e rejeitou o projeto.

A Casa deverá discutir em breve um projeto do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que é promotor de Justiça (licenciado), para regulamentar as investigações criminais, mas preservando a atuação do MP.

No entanto, segundo Eliene Lima, a proposta formulada por Sampaio não é diferente da PEC 37. “As pessoas deveriam ler o texto da PEC 37 antes de fazer juízo sobre meu posicionamento. Eu sabia que teria repercussão na mídia”, disse Lima.

Conforme a proposta, as investigações seriam desenvolvidas apenas pelas polícias Civil e Federal. Os procuradores e promotores poderiam apenas solicitar ações no curso dos inquéritos policiais e supervisionar a atuação das polícias.

Dos cinco deputados mato-grossenses que participaram da votação, Júlio Campos (DEM), Nilson Leitão (PSDB), Valtenir Pereira (PSB) e Wellington Fagundes (PR) votaram contra a proposta. A bancada de Mato Grosso na Câmara tem oito deputados. Pedro Henry (PP) registrou presença na sessão, mas não participou da votação. Ainda segundo relatório disponibilizado pela Casa, Carlos Bezerra (PMDB) estava ausente. E Homero Pereira (PSD) está licenciado.