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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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FIM DE UM ERA

A partir de 2015, família Campos fica sem mandato em MT pela primeira vez em sete décadas

Foto: Jardel Arruda / Olhar Direto

Júlio José de Campos com o filho Júlio Campos Neto: fim de uma era na politica estadual

Júlio José de Campos com o filho Júlio Campos Neto: fim de uma era na politica estadual

Depois de quase 70 anos exercendo cargos em diferentes esferas, a família Campos finalmente não terá nenhum detentor de mandato eletivo em Mato Grosso. Do começo em 1946 com Luiz Coelho de Campos (UDN), na Prefeitura de Poxoréu, até o encerramento com o senador Jaime Veríssimo de Campos (DEM) e o deputado federal Júlio José de Campos (DEM), ambos ex-governadores, foram décadas de comando na vida pública estadual, sem  interstício.


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Júlio e Jaime não disputaram as eleições do ano passado. Nas convenções, Jaime foi homologado candidato à reeleição para o Senado pelo DEM, na coligação ‘Coragem e Atitude para Mudar’, encabeçada pelo governador eleito José Pedro Taques (PDT), mas desistiu antes de completar o primeiro mês de campanha, alegando traição e problemas pessoais.
 
“Tudo tem seu tempo e sua hora. E a vida é assim mesmo: exige renovação. Veja os jovens repórteres substituindo os antigos. Temos que nos orgulhar e não lamentar”, afirmou Júlio Campos, presidente do DEM (antigo PFL), após participar da inauguração de uma obra ao lado do governador Silval Barbosa (PMDB).
 
“É fato que a família Campos e Monteiro Curvo [do lado de minha mãe, dona Amália] contribuíram muito para os desenvolvimento de Mato Grosso e, principalmente, de Várzea Grande”, observou Júlio José, que foi governador de 1983 até 1986.
 
Desta forma, no pleito de outubro deste ano, o único representante do clã foi Júlio Campos Neto, filho de Júlio José. Ele disputou uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e ficou na sexta suplência, com 10,6 mil votos.
 
Individualmente, Júlio Campos exerce mandatos desde 1970, quando venceu a disputa para a Associação dos Engenheiros, sendo 45 anos de vida pública. Por seu turno, Jaime desde 1982, quando se elegeu prefeito de Várzea Grande, com 34 anos de política; foi governador de 1991 até 1994.
 
A família Campos está presente na vida pública de Mato Grosso desde a segunda metade da década de 1940, quando Luizinho Campos foi prefeito de Poxoréu, e Gonçalo Botelho de Campos, o ‘Nhonhô do Tamarineiro’, se elegeu prefeito de Várzea Grande.
 
Na época, também se elegeu o seu primo-irmão Júlio Domingos de Campos, ‘seo’ Fiote, para a Câmara Várzea Grande. Depois, Júlio Fiote de Campos se elegeu prefeito.
 
Após a perda da hegemonia na Prefeitura de Várzea Grande, com três derrotas consecutivas (2004, 2008 e 2012), a candidatura de Júlio Campos Neto era a ‘tábua de salvação’ da família.  O temor da derrota se concretizou e  o risco de cair no ostracismo da cena política mato-grossense é real.
 
 
Após ser governador, senador, deputado federal e prefeito de Várzea Grande, Júlio Campos já tinha avisado que  não seria mais candidato a nada. “É hora de abrir espaço aos jovens. Vou curtir meus netos”, pontuou ele, antes das convenções.
 
Histórico de poder
 
A família Campos acumulou mais de 60 anos no poder em Mato Grosso. Começou com Luiz Coelho de Campos em Poxoréu e o primo Gonçalo Botelho de Campos, na Prefeitura de Várzea Grande (1949-50). Depois, foi seguido pelo patriarca Júlio Domingos Fiote de Campos em dois mandatos (50-54) e (57-60), na Prefeitura de Várzea Grande
 
Na seqüência, também foram prefeitos de Várzea Grande: Ary Leite de Campos (1969-73), Júlio José de Campos (1974-78), Gonçalo Pedroso Branco de Barros (1978-82), Jayme Campos (1983-88, 1996-2000 e 2001-04), Nereu Botelho de Campos (1992-96).
 
Júlio José foi também governador, deputado federal por quatro mandatos e senador. Jaime Veríssimo foi governador e senador conclui sem mandato de senador em 1 de fevereiro de 2015. 
 
Neste ano, conclui-se uma fase de derrotas da família, iniciada no final da década de 1990. Primeiro, favorito absoluto, Júlio José foi derrotado pelo à época governador reeleito Dante de Oliveira (PSDB), em 1998.
 
Depois, em 2004, com o então deputado estadual Campos Neto - atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), filho do primo Ary Campos, a família foi derrotada pelo empresário Murilo Domingos, à época no PPS, para a Prefeitura de Várzea Grande. Murilo foi apoiado timidamente pelo então  governador e atual senador Blairo Maggi (PR).
 
A seqüência negativa continuou em 2008, com nova vitória de Murilo, agora, sobre Júlio José; e, em 2012, com a eleição do atual prefeito Walace Guimarães (PMDB) vencendo a ex-primeira-dama Lucimar Sacre Campos (DEM), esposa de Jayme Veríssimo.
 
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