Massa de ar quente volta a pairar sob a região Centro-Oeste, diz Inmet.
Mudança na temperatura pode contribuir para problemas respiratórios.

Os moradores da capital mato-grossense experimentaram uma variação brusca da temperatura em menos de uma semana, quando os termômetros registraram a mínima de 12,5ºC, na última sexta-feira (25), considerada a menor do ano, e nesta quarta (30) atingem a casa dos 33°C, com sensação térmica de 35ºC, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Além disso, o índice de umidade relativa do ar chegou a 40% no início desta tarde, abaixo do nível considerado ideal para o ser humano que é de 60%. Tais condições climáticas podem contribuir para o aumento de problemas respiratórios na população.

De acordo com o meteorologista do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Cptec/Inpe), Fábio Rocha, a mudança na temperatura pode ser explicada pela volta de uma massa de ar quente ao estado, que mantém o tempo aberto, e propicia a rápida elevação da temperatura.

“Na semana passada, a circulação de uma massa de ar fria afastou essa de ar quente e causou a queda nos termômetros. Esse tipo de ocorrência é típica da estação, o inverno”, informou Rocha.

Conforme o 9º Distrito de Meteorologia, a menor temperatura deste ano em Cuiabá foi registrada na madrugada do dia 25, em que os termômetros marcaram 12,5º C. Em entrevista ao G1, a médica pneumologista Solange de Moraes Montanha explicou que o ser humano se adapta ao clima do ambiente em que vive, e que essas grandes variações podem causar múltiplas infecções, caso não haja a proteção correta do corpo.

“Tudo vai depender de a pessoa se proteger, utilizar roupas adequadas e evitar se expor. Estamos acostumados com o calor, quando passamos por frio e não nos agasalhamos, estamos propensos à infecções, principalmente as crianças e os idosos”, destacou a médica.

Ainda segundo Solange, esse cuidado deve ser tomado também quando passamos da temperatura ambiente para locais refrigerados. “Muitas vezes passamos por um calor de 40ºC na rua e entramos em uma sala em que o ar condicionado está nos 15ºC. Outro exemplo é quando as pessoas saem de Cuiabá e vão para a Chapada dos Guimarães, a 65 km da capital, e há uma grande diferença na temperatura. Se a pessoa não se proteger, pode ter problemas respiratórios”, disse Solange.

Moraes ressalta que alguns cuidados devem ser tomados para evitar esses problemas de saúde, como a hidratação e utilizar roupas adequadas. “Outro problema é a baixa umidade do ar que acaba causando o ressacamento das vias aéreas e também o aumento do índice de poluição do ar. Nessa época geralmente ocorre o aumento das crises em pacientes doentes e também de internações”, relatou a médica.

A utilização de soro fisiológico e de umidificadores de ar podem amenizar o ressacamento, mas Solange lembra que tais equipamentos devem ser usados tomando cuidados higiênicos.