"Sufocado" com aquilo que classifica como sucateamento do Samu, o agora ex-diretor geral da unidade Daud Mohd Khamis Jaber Abdallah afirmou que a falta de diretrizes e centralização das decisões nas mãos do secretário de saúde, Mauro Rodrigues (PP), foram estopim para entrega do cargo nesta semana.

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A frente da unidade desde 2009, Daud Abdallah desabafou em entrevista ao Olhar Direto após colocar o cargo a disposição. Para ele, o governador Silval Barbosa (PMDB) desconhece o que está acontecendo dentro da unidade. “O nosso interesse é que o serviço do Samu realmente funcione e eu acho que o governador está sendo enganado, ele [Mauri] está mentindo para o Silval”.

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Claramente insatisfeito com a maneira pela qual o atual secretário tem gerido a pasta, Daud confessou que uma das razões para pedir exoneração do cargo está ligada “a visão antiga de centralizar todas as decisões para ele [Mauri]”.

Questionado quanto ao silêncio que predomina entre os funcionários da Secretaria de Saúde do Estado (SES), Daud declarou não querer agir de forma política e que “quando se tem um cargo como a de direção deve-se tomar cuidado ao se pronunciar”. Agora, apenas como médico Daud pretender continuar trabalhando no Samu e esperar que um modelo de gestão seja definido.

Outro lado

Por meio da assessoria de imprensa, a SES declarou que não irá rebater ponto a ponto as acusações feitas pelo ex-diretor do Samu e que até o final desta tarde a secretaria deverá dar um posicionamento quanto á gestão da unidade.

Péssimas condições de trabalho

Falta de energia – devido aos frequentes roubos da fiação elétrica da unidade – falta de água, papel, manutenção das ambulâncias são alguns pontos que apontam para o sucateamento do serviço.

Há aproximadamente 15 dias, a frota do Samu foi renovada e durante a entrega o serviço foi elogiado pelo secretario, no entanto, as ambulâncias ainda não estão em circulação.

Daud Abdallah enalteceu os trabalhos realizados pelo Samu, lembrou que “não se pode brincar com esse serviço”. Ainda segundo ele, esta é “a única unidade de saúde onde o SUS é SUS. Aqui todos são atendidos, independente de credo, classe social, de presidente da República a um morador de rua, quem vai socorrer em caso de algum acidente é o Samu”, defendeu.

Quanto ao modelo de gestão que será escolhido para o Samu, a assessoria de imprensa da SES informou que, devido ao contrato firmado em abril, a secretaria tem até seis meses para estudar e escolher o modelo que será aplicado na unidade.