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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Festas 'escondem' tortura em trotes de medicina da PUC e Unicamp

Disfarçadas de confraternização, muitas festas realizadas por grupos de universitários escondem torturas físicas e psicológicas sofridas por alunos ingressantes nos cursos de medicina da PUC e da Unicamp, em Campinas (SP). Extorsão, abuso sexual e boicote aos que se recusam a participar dos trotes são alguns dos relatos dos graduandos destas instituições.


Além de serem submetidos às humilhações, os calouros ainda seriam pressionados a pagar quantias em dinheiro que seriam usadas para custear as festas, normalmente realizadas em chácaras. O argumento apresentado por líderes dos veteranos é de que isso se trata de uma tradição.

"Falaram pra gente guardar uns R$ 10 mil, que era o que a gente ia gastar com o "open bar", com o aluguel da chácara e com a contratação de alguns serviços como o das prostitutas", conta uma estudante que preferiu não ser identificada. Além da chantagem, os que se recusavam a participar dos trotes na Unicamp seriam boicotados durante o processo de residência médica.

Extorsão
​Em um dos casos apresentados na quarta reportagem da série especial sobre trotes daEPTV, afiliada TV Globo, o valor exigido pelos veteranos de uma turma de ingressantes chegava a R$ 93 mil, aproximadamente R$ 1,5 mil por aluno, durante os seis anos de graduação.

Para o pesquisador do tema, Antônio Ribeiro Almeida Junior, os agressores agem como quadrilhas para a manutenção dos eventos. "Esses grupos tem uma longa história de se sentirem acima da lei. Eu acho que isso tudo merece uma investigação cuidadosa das autoridades públicas, das autoridades universitárias", diz.

Universidades
Procuradas pela EPTV, as universidades mencionadas se posicionaram sobre os casos. A PUC disse que a associação atlética de medicina da instituição, que tradicionalmente organiza festas com estudantes, está com atividades suspensas por causa de problemas ocorridos no ano passado, por questões disciplinares.

Já a diretoria da faculdade de medicina da Unicamp diz que é necessário identificar os responsáveis por possíveis abusos para investigar os casos. Sobre o possível boicote no estágio de residência, no hospital da universidade, a faculdade afirma que acompanha o processo e trabalha para a prevenção de problemas.

CPI dos Trotes
A 2ª sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre violações de direitos humanos nas universidades de São Paulo realizada em Campinas (SP) ouviu alunos dos cursos de medicina da PUC e Unicamp no dia 9 de março.
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