Membros do Fórum Sindical anunciaram que vão processar a presidente do Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran), Daiane Renner, por injúria. O motivo seriam as declarações dadas na última segunda-feira (25), durante e após reunião do Fórum Sindical com o Governo do Estado, tachando as entidades ligadas ao Fórum de “pelegos”. Por meio de nota, o Fórum informou que “atitudes agressivas e desrespeitosas serão tratadas na esfera judicial”.

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“Entendemos como oportunista e inconsequente as acusações feitas por dois ou três dirigentes de entidade de classe que se auto impediram de participarem da reunião. Também não entendemos o motivo da contrariedade desses dirigentes, haja vista que como sindicatos podem a qualquer momento se reunirem com o governo do Estado e colocarem o posicionamento de sua categoria”, diz trecho da nota.

O texto afirma, ainda, que a reunião do dia 25 foi realizada após intervenção do Fórum Sindical, que se manifestou contrário ao parcelamento da reposição inflacionária, sem fixação de data e sem definição do pagamento das perdas salariais dos servidores públicos. Na ocasião, o Sinetran e outros quatro sindicatos foram barrados, sob alegação de não participaram ativamente do Fórum Sindical.

Ficaram de fora o Sinetran, o Sindicato dos Servidores de Infraestrutura (Sindsinfra), a Associação dos Servidores da Procuradoria-Geral (Asproger), a Associação dos Docentes da Unemat (Adunemat) e o Sindicato dos Servidores da Carreira de Desenvolvimento Econômico e Social (Sindes). Diante disso, dezenas de servidores dessas categorias protestaram em frente ao gabinete do secretário de Gestão, Júlio Modesto, e entoaram o coro de “Fórum pelego a serviço do governo”.  

Após o tumulto, os sindicatos excluídos também se reuniram com Júlio Modesto e ouviram a mesma proposta: o pagamento da reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) 2014 em duas parcelas, sendo 3,11% este mês, 3,11% em novembro e a correção do período entre maio e novembro para ser paga em janeiro de 2016.

Ofensas

O presidente do Sindicato dos Servidores da Empaer (Sinterp), e um dos líderes do Fórum, Gilmar Brunetto, afirmou que se sentiu ofendido com as declarações de que os membros da entidade seriam “vendilhões” e “pelegos”. O representante do Sindicato dos Profissionais de Tributação, Arrecadação e Fiscalização Estadual (Siprotaf), João Bosco, afirmou considerar ofensivas as declarações de que o sindicato teria se vendido para o governo.

O presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde e do Meio Ambiente (Sisma), Oscarlino Alves, lembrou que o Sisma também foi contra o parcelamento dos 6,22% da reposição da inflação 2014, e mesmo assim se sentiu destratado por Daiane Renner. “No Fórum nós tratamos do coletivo. E quem não participa dos reuniões e pede a fala acaba atrapalhando a estratégia do Fórum. O Sinetran e o Sisma foram os únicos contrários ao parcelamento, mas mesmo assim a Daiane nos chamou de vendidos para o governo. Ela ofendeu a maioria dos presidente de sindicato”, disse.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com Daiane Renner, que declarou apenas que o Sinetran mantém a posição de repúdio ao Fórum Sindical, já manifestada por meio de nota divulgada na última segunda-feira.

No texto, Daiane afirma que “a atuação do Fórum tem sido de total desrespeito com a categoria dos servidores do Detran” e que “a tentativa de forçar a participação do Sinetran de um Fórum que não atua com as mesmas práticas sindicais para ter direito a tratar de uma pauta que diz respeito à categoria, representa, no mínimo, uma afronta à autonomia e à liberdade sindical”.
 
Leia a nota do Fórum Sindical na íntegra:

As entidades que compõe o Fórum Sindical do Estado de Mato Grosso vêm a público repudiar as acusações e injúrias proferidas por dirigentes de entidades de classe que não participaram da reunião organizada pelo Fórum Sindical com o Governo do Estado de Mato Grosso, no dia 25/05/2015.
 
Esclarecemos que a reunião do dia 25 só foi realizada após intervenção do FórumSindical, que se manifestou contrário ao parcelamento da reposição inflacionária, sem fixação de data e sem definição do pagamento das perdas salariais dos servidores públicos.
 
Destacamos que via canal de comunicação oficial, convidamos todas as entidades que congregam o fórum sindical para participarem da reunião preparatória, onde definimos a pauta e distribuímos os crachás para a reunião com o governo. A prova de que todas as entidades foram convidadas é que mais de 20 sindicatos e associações compareceram à reunião preliminar e também participaram da reunião com o governo.
 
Informamos que essas medidas se fizeram necessárias, por que muitas entidades de classe que sequer participam do fórum sindical, em outras ocasiões, se aproveitando da força de nossa organização, se infiltraram em nossas reuniões para tratarem de questões individuais e de assuntos, que não contemplavam a coletividade.
 
Destacamos que as cinco ou seis entidades que não participaram da reunião com o Secretário de Gestão, não atenderam à convocação para a reunião preliminar e algumas delas, nunca participaram do Fórum.
 
Diante disso, entendemos como oportunista e inconsequente as acusações feitas por dois ou três dirigentes de entidade de classe que se auto impediram de participarem da reunião. Também não entendemos o motivo da contrariedade desses dirigentes, haja vista que como sindicatos podem a qualquer momento se reunirem com o governo do Estado e colocarem o posicionamento de sua categoria.
 
Por derradeiro, reiteramos o compromisso de luta por melhores condições de trabalho e de vida dos mais de 50 mil servidores públicos do Estado de Mato Grosso, sem deixar que influências políticas contaminem o nosso ideal de defesa dos servidores públicos. E que atitudes agressivas e desrespeitosas serão tratadas na esfera judicial.

Att,

Gilmar Brunetto, presidente do Sinterp-MT e membro do Fórum Sindical