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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Fumaça em terreno no Recreio assusta moradores em condomínio vizinho, que temem que fuligem seja tóxica

Do sétimo andar de um prédio em um condomínio na Estrada Benvindo de Novaes, no Recreio dos Bandeirantes, é possível ver uma fumaça branca que sai lentamente do solo na mata vizinha. O cheiro de mato queimado se mistura ao odor que lembra comida estragada, tornando insuportável o fedor. Segundo moradores, a situação ocorre há quinze dias. À noite, quando os ventos mudam de direção, e levam a fuligem para perto da área habitada. A reportagem da CBN esteve três vezes no local, e sobrevoou a região. Na madrugada de segunda, a densa fumaça tomava conta da região, irritando os olhos e a garganta. Pela manhã, a névoa se dissipou, minimizando os efeitos para os vizinhos do terreno.


Geólogos ouvidos pela CBN afirmam que a fumaça é causada por um incêndio subterrâneo, originado por um fenômeno natural pouco comum. A combustão no subsolo ocorre por causa da turfa, um material criado a partir da decomposição de material orgânico de origem vegetal. Segundo o geólogo Sérgio Citroni, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, o calor e a falta de chuva nos últimos dias contribuíram para o incêndio subterrâneo. Além disso, ele afirma que as alterações no solo provocadas pela construção de um condomínio de nove prédios logo ao lado também podem ter favorecido o surgimento do fenômeno.

“É possível também que uma movimentação no terreno tenha dado acesso a essa turfa oxigênio. Ela não entrou em combustão em todos os anos que ela existe porque permaneceu isolada”, afirma o geólogo.

A publicitária Lívia de Paula Barbosa mora no condomínio ao lado do terreno. No domingo ela acompanhou uma tentativa dos bombeiros de acabar com o incêndio. Lívia Barbosa filmou a ação e conta que o calor por baixo da terra queima as raízes das plantas, derrubando as árvores sem nenhuma chama visível.

“Existe um fogo, mas ele é por debaixo da terra. É como um incêndio por debaixo da terra. E esse fogo vai queimando as raízes”, contou a publicitária.

A fumaça pode conter vapor d'água, dióxido e monóxido de carbono, mas apenas uma análise em laboratório confirmará se a fuligem é tóxica. Além dos problemas no ar, o incêndio no subsolo pode causar danos às instalações subterrâneas. Quem mais sofre são os que têm alguma doença respiratória ou alergia, como é o caso da filha de Nizete Francisca dos Santos, que mora em um apartamento com vista para a mata.

“A garganta irrita bastante. Minha filha hoje reclamou porque fica mesmo um cheiro de fumaça danado, e aí vem aquele cheiro de coisa estragada misturado com mato queimado”, se queixa a dona de casa.
Nos últimos dez dias, bombeiros estiveram no local cinco vezes e não constataram chamas, visualizando apenas fumaça. De acordo com Fernando Capella, coordenador de Fiscalização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o fogo, por ser invisível, é difícil de ser combatido.

“Esse solo vai tendo uma queima lenta e gradual, não só na superfície como abaixo dele. No sábado o Corpo de Bombeiros tentou apagar o incêndio, mas ele volta”, diz o especialista.

O Corpo de Bombeiros informou que, se receber novas chamadas, voltará ao local para combater o fogo subterrâneo. A Patrulha Ambiental, da prefeitura do Rio, também tenta acabar com o incêndio.
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