O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes condenou 11 réus do Mensalão por formação de quadrilha, entre eles o ex- ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesouteiro do PT Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério, considerados os principais envolvidos no esquema. O representante matogrossense acompanhou integralmente o voto do relator Joaquim Barbosa e absolveu Ayanna Tenório e Geiza Dias, do Banco Rural, por falta de provas.

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Gilmar Mendes fez uma análise do crescimento do Partido dos Trabalhadores na esfera municipal nos primeiros anos do mandato do ex-presidente Luiz Inácio da Silca e fez uma relação deste ganho eleitoral com o projeto de governo que envolvia a compra de maioria política no Congresso.

Ministro de MT no Supremo acompanhou revisor 9 vezes
Mensalão: siga voto de Joaquim Barbosa sobre formação de quadrilha

Em seu voto, Mendes leu depoimentos contidos nos autos da AP 470 segundo os quais os dirigentes do PT tinham um projeto de poder com o objetivo de expandir o partido e formar uma base aliada no Congresso. Para isso, segundo Mendes, foi criada uma complexa engenharia financeira para dar suporte ao pagamento destes votos.

Para o magistrado, não foram atendidos somente as demandas do PT, mas também resolvidos os problemas das empresas de Marcos Valério, dos partidos interessados e dos banco envolvidos. "Ninguém fez trabalho ideológico nenhum, cada um levou sua parte", afirmou.

Na avaliação de Gilmar Mendes, "motivação política não exclui o crime de quadrilha". Ele argumentou que a engrenagem ilícita criada pelos envolvidos atendeu a todos e a cada um dos envolvidos.