Olhar Direto

Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Notícias | Política MT

valores exorbitantes

Hospital cobra R$ 174 mil do governo por tratamento que custa R$ 3,4 mil

Foto: José Medeiros/Secom-MT

O procurador Patryck Ayala quer reduzir valor de bloqueios

O procurador Patryck Ayala quer reduzir valor de bloqueios

O Governo do Estado está auditando todos os processos que resultaram em bloqueio das contas do estado para atendimento em saúde que tenham valores exorbitantes. De acordo com o procurador-geral do Estado (PGE), Patryck Ayala, a medida se fez necessária ao serem detectados procedimentos que estavam custando mais de 50 vezes o valor da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). 


Em um dos casos investigados pelo governo, está o de um hospital do interior de Mato Grosso, conveniado ao SUS, e que, diante de uma decisão judicial para realização de uma angioplastia, apresentou uma conta de R$ 174 mil. Na tabela do SUS, o procedimento custa R$ 3,4 mil, valor 51 vezes menor. Os R$ 174 mil cobrados pelo hospital foram bloqueados ainda no ano passado, mas o procedimento não foi realizado no paciente justamente em função da auditoria.

Leia mais:
Bloqueio de contas do Estado para atender saúde caíram de R$ 100 milhões em 2014 para R$ 9 mi neste ano

“É um hospital conveniado ao SUS e, portanto, deveria realizar procedimentos pelo SUS, mas diante de uma liminar ofereceu sua conta particular, com um valor muito maior. Por que o hospital não aceita o preço da tabela SUS, quando ele é contratado do sistema? Esse caso é muito significativo porque esse hospital já estava dentro do sistema público. Se não concordasse em trabalhar com esses valores, não teria feito contrato”, observou o procurador.

Outro caso emblemático é o da aquisição de um medicamento importado para tratamento de linfoma, o Folotyn. A decisão judicial determinava que o estado adquirisse R$ 1,7 milhão em unidades desse remédio, que sequer tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Trata-se de um medicamento não autorizado, e nem podemos ter certeza de que será eficaz no tratamento”, disse.

No total, cerca de R$ 12 milhões bloqueados, em 48 processos diferentes, aguardam o término da auditoria para liberação – ou não. Os hospitais já solicitaram aos juízes que tomassem providências, pois aguardam a liberação desses recursos. A informação foi discutida na audiência pública sobre judicialização da saúde realizada nesta segunda-feira (27).

De acordo com o juiz Tulio Duailibi, o ex-presidente do Tribunal de Justiça Orlando Perri determinou essa espera em função de informações de que alguns hospitais estavam cobrando valores exorbitantes pelos procedimentos. O vereador por Cuiabá Paulo Araújo (PSD), que já foi superintendente de regulação, afirmou que já viu cobranças de até 53 vezes o valor da tabela SUS.

“Eles estão cobrando pagamento porque os juízes estão tendo cautela agora, querem confirmar se esses valores existem, se são reais. Após auditoria, há dois caminhos: ou não pagamos, ou avaliamos o que de fato deve ser pago. Se foi utilizado material, qual o volume utilizado. Alguma coisa tem que ser feita para confirmar a realidade daqueles valores”, disse Patryck Ayala.

“Não sei se faltou observação no governo passado, mas sei que hoje estamos muito mais atentos. Em 2014, foram bloqueados R$ 100 milhões, quase 10% do orçamento da Saúde. A maior parte foi paga, e o resto continua bloqueado porque o tratamento ainda está em andamento ou porque há auditoria. Vemos uma diminuição desse ritmo de bloqueio, pois em 2015, entre janeiro e março, foram R$ 9 milhões bloqueados”, concluiu o procurador. 
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet