Momentos após sua instalação, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará as obras da Copa, em especial as que envolvem o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), já perdeu dois de seus membros titulares: Janaína Riva (PSD) e Pery Taborelli (PV). Os dois renunciaram publicamente a participação da CPI após uma acalaroda discussão na tribuna da Assembleia Legislativa, na noite de quarta-feira (11).
De acordo com o presidente da CPI, deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), os blocos partidários deverão ter a preferência em indicar substitutos. Contudo, também existe a possibilidade de dois dos quatro suplentes - Emanuel Pinheiro (PR), Wilson Santos (PSDB), Pedro Satélite (PSD) e Wagner Ramos - assumirem o posto. A decisão deve sair ainda nesta quinta-feira (12).
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A discussão que resultou na saída dos dois parlamentares começou após uma reunião interna da CPI, logo após sua instalação, na qual Oscar Bezerra foi eleito presidente e Mauro Savi (PR) o relator. Silvano Amaral (PMDB), por ser do partido da base governista do antigo governo, achou melhor retirar sua candidatura a presidência a fim de dar credibilidade as investigações.
Taborelli tentou a relatoria, mas acabou preterido por todos os outros colegas e então seguiu para a tribuna, onde acusou a peessedista de ter interesses pessoais em participar da Comissão, no caso o de defender o pai José Riva (PSD), ex-presidente da AL e defensor do VLT, e acabou contrariado após Zé do Pátio (SD) sair em defesa de Janaína Riva e bradou, em entrevista a imprensa, "querer distância dessa comissão".
"Ela tem interesse nessa CPI, inclusive o de escolher o presidente e o relator. Ela quer defender o pai. Eu quero distância dessa comissão a partir de agora. Vou continuar um rolo compressor contra o crime", afirmou o coronel da reserva da Polícia Militar para a imprensa.
Taborelli ainda relacionou o fato de José Riva estar preso com uma ajuda dada pelo social democrata a Valdir Barranco (PT), candidato com quem disputa a vaga de deputado judicialmente. "Se ele se associou a esse quadrilheiro, já está pagando por isso preso. E tomara que continue pagando", disse ainda na tribuna.
Do outro lado, Janaína Riva decidiu atender aos apelos do próprio líder partidário, Gilmar Fabris (PSD), em deixar a CPI para evitar maiores conflitos. Contudo, afirmou que irá acompanhar as investigações e exigiu uma cobrança maior para que a comissão não acabe em pizza.
"Se eu era o problema para essa CPI acabar em 'pizza', acabou o problema. Então cobrem em dobro essa CPI. Eu saio de cabeça erguida. Não tenho medo de ninguém. Não tenho medo do Taborelli. Na reunião, quando ele começou a me ofender porque não conseguiu a relatoria, eu já havia dito que sairia para não causar mal estar nenhum", garantiu a parlamentar.
