Jornalistas e gráficos do jornal
Folha do Estado, um dos maiores impressos de Mato Grosso, podem cruzar os braços caso a diretoria do periódico não pague o salário de setembro até as 18h da próxima sexta-feira. Inicialmente, os profissionais exigiram o pagamento dos dois salários atrasados em até 48 horas, mas depois aceitaram o calendário de pagamento proposto pela
Folha com o aviso de que deflagrarão greve caso alguma data seja desrespeitada pela empresa.
A
Folha já havia se comprometido na Justiça do Trabalho a pagar os salários atrasados dos funcionários até o quinto dia útil de cada mês, como ressaltou o presidente do Sindjor, Téo Meneses, mas não cumpriu o acordo.
A decisão de cruzar os braços foi tomada esta noite em assembléia geral dos jornalistas, com apoio do sindicato dos gráficos, em frente à sede do jornal. O local foi escolhido de forma a chamar atenção da diretoria e a aglomeração se formou no local após um “twittaço” na internet durante toda a tarde.
As duas categorias vêm sofrendo atrasos de dois meses (setembro e outubro) no pagamento dos salários. Por causa disso, o Sindicato dos Jornalistas (Sindjor) convocou a assembléia geral, que provocou uma resposta da diretoria da Folha do Estado.
Um representante da diretoria apresentou um calendário de pagamento no qual a empresa também se compromete a pagar o salário de outubro até o dia 05, e discutir com os profissionais o valor dos juros referentes aos atrasos no dia 15 e a pagar o salário de novembro junto ao décimo terceiro até o dia 20 de dezembro.
Os atrasos nos pagamentos de salários têm sido recorrentes na
Folha do Estado e até mais graves no
Diário de Cuiabá, onde há funcionário com até quatro salários atrasados e motoristas em realidades semelhantes. Uma greve de um dia chegou a ser deflagrada no
Diário, mas sem resultado. A única proposta que os trabalhadores receberam foi o pagamento dos atrasados em 16 parcelas de R$ 500,00.
Foi a situação nos dois impressos que gerou indignação entre os profissionais da imprensa e motivou a assembléia, mas as discussões se voltaram para o caso da
Folha do Estado especificamente. Apenas um funcionário do
Diário de Cuiabá compareceu à assembléia. No entanto, houve apoio por parte de sindicatos dos bancários, dos servidores da educação e da Central Única dos Trabalhadores.
“Essa assembléia não partiu do sindicato, mas de muitos funcionários que pediram porque não agüentavam mais os atrasos”, destacou Meneses, mencionando que há evidências do quanto a
Folha e o
Diário têm arrecadado cada vez mais às custas dos repasses feitos pelo governo do Estado e pela Assembléia Legislativa, mas sem realizar os devidos pagamentos.