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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Notícias | Brasil

Lava-rápidos inovam para tentar sobreviver à falta de água

Os lava-rápidos estão entre os negócios que mais sofrem com a falta de água no estado de São Paulo. Se, por um lado, falta o recurso básico para limpar os automóveis, por outro, os clientes estão mais conscientes e evitam serviços que usam grandes quantidades de água. Diante desta realidade, os empresários do setor estão recorrendo a diferentes estratégias para sobreviver, como sistemas de reuso, poços artesianos e até lavagem a seco.


Vários estabelecimentos estão procurando o sindicato que representa as empresas do ramo para desativar os seus cadastros, afirma Maria de Lourdes Brígida, secretária do Sindicato das Empresas de Serviço de Conservação de Veículos, Lava-Rápido e Similares do Estado de São Paulo (Sescove). “Não temos um levantamento sobre os motivos do desligamento, mas é um movimento bastante anormal para esta época do ano, que é quando os lava-rápidos mais faturam”, diz ela.

Os negócios mais afetados são os ilegais, pois legalmente os lava-rápidos são obrigados a trabalhar com reuso de água, afirma Maria de Lourdes. Porém, mesmo os estabelecimentos que contam com sistemas de reutilização do recurso natural estão passando por problemas. É o caso de Antônio Pereira Caetano, gerente do lava-rápido Special Limp, localizado no bairro do Sumaré, na Zona Oeste de São Paulo.

“Temos um sistema de reuso de água que reaproveita 70% dos recursos que utilizamos. Também contamos com poços artesianos. Porém, as pessoas estão procurando menos nossos serviços. Quem vinha lavar toda semana agora aparece a cada 15 dias. No geral, nosso movimento caiu cerca de 20%”, revela.

Por outro lado, a rede de lava-rápidos AcquaZero, que trabalha com lavagem a seco, está registrando, desde o agravamento da crise hídrica em São Paulo, um aumento de procura de 40%. Já o número de interessados em abrir uma franquia da marca também saltou mais de 30% no período.

“Muitos lava-rápidos convencionais estão fechando, seja por falta de água, seja por falta de clientes. Porém, nosso sistema de lavagem é visto com bons olhos. Ele usa cerca de 300 ml de água, enquanto um lava-rápido comum gasta de 300 a 900 litros”, esclarece Marcos Mendes, diretor da rede de franquias.

A migração para a lavagem a seco, no entanto, não é garantia de sucesso para o empresário do setor. É o que mostra a história de Leandro Giorgi, proprietário do lava-rápido Get In Garage, localizado no bairro de Pirituba, na Zona Norte da capital paulista.

“Adotamos a lavagem a seco há cerca de dois meses. Porém, as pessoas daqui acham que não limpa igual, que pode riscar o carro, além de ser um pouco mais caro. Nosso movimento caiu pela metade desde que fizemos a mudança e não temos como voltar atrás, pois temos medo que falte água. Teria de voltar a chover”, lamenta Giorgi.
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