Senadores da Comissão de Infraestrutura (CI) liderados pelo sendor Blairo Maggi (PR-MT) entregam na próxima quinta-feira (31) à ministra da Casa Civil da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, uma série de apontamentos feitos a respeito das demandas e deficiências na infraestrutura, área considerada ponto-chave de entrave à economia e crescimento do país.

Em audiência pública realizada na última semana, representantes do setor portuário enfatizaram a necessidade de destravar a burocracia envolvida na importação e exportação de produtos, e ainda, citaram fatores como falta de investimento, uma vez que, a atual situação dos portos é desproporcional ao crescimento do modelo comercial adotado pelo país.

Vice-presidente da comissão, o senador comentou o início das visitas às obras da Copa do Mundo e lembra das dificuldades relatadas para executar qualquer tipo de projeto no país.

“O que mais ouvimos dos engenheiros e secretários foi a dificuldade imposta pelos órgãos fiscalizadores. Após a lei, vêm decretos, normativas, portarias e cada um deles vai alargando a burocracia. O executor fica de mãos atadas e as obras não conseguem avançar. Vêm os órgãos de fiscalização – o Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas – e formalizam/embargam. Não há condições de tocar esse país e fazê-lo avançar dessa forma", disse.

Blairo deve levar à Hoffmann seu descontentamento com os gargalos encontrados nos canteiros de obras para o mundial.

“Temos que resolver essa questão dentro do Congresso. Esse tema será por mim questionado na Casa Civil. Quantos órgãos estão envolvidos e quantas normativas têm de ser aprovadas para se conseguir executar uma obra?”, indagou o senador, ao enfatizar as dificuldades existentes nos Estados causadas falta de investimento em infraestrutura, experiência vivenciada enquanto governador de Mato Grosso por quase oito anos.

“Temos fama de copiar os Estados Unidos, então, vamos fazer como fez aquela nação. A saída por eles encontrada para fugir da crise foi investir em infraestrutura. Eles sabem o impacto disso na economia, na geração de emprego e renda, sabem que investir em infraestrutura é primordial para o crescimento do país”, ressaltou.

Maggi lembrou ainda de pesquisa publicada em 2010 que avaliou os itens de maior importância para a população brasileira e que apontou que apenas 2% dos pesquisados achava que infraestrutura era importante.

"Já não contamos com o apoio da população, e ainda temos vários órgãos para fiscalizar e burocratizar o processo. As pessoas precisam saber que aquele alimento que está na mesa durante a refeição da sua família, aquele grão, tudo isso acontece graças ao mínimo de infraestrutura que liga o país de ponta a ponta. Sem investimento nessa área não conseguiremos avançar”, finalizou.

O grupo de parlamentares deve tratar também do estado crítico da malha ferroviária brasileira, que há décadas não recebe investimentos. Representantes do setor avaliam que as ferrovias são uma alternativa de transporte de baixo custo para a extensão territorial do país.



Atualizada às 17h07