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Sábado, 20 de abril de 2024

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POVO NA RUA

Manifestação em caminhada da Copa chama a atenção e divide opiniões; veja fotos

Foto: Katiana Pereira/Olhar Direto

Manifestação popular em caminhada impede discursos

Manifestação popular em caminhada impede discursos

Uma manifestação popular formada por cerca de 600 pessoas tomou conta da caminhada “No Clima da Copa” promovida pela Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo), na manhã deste domingo (16). Roupas pretas, máscaras e cartazes com frases de ordem faziam o contraste com as camisetas amarelas vestidas pelos participantes da caminhada.


O motivo da volta dos "caras pintadas" para a rua era alertar a população sobre a corrupção e o avanço da violência no país. A manifestação foi decidida como solidariedade depois do conflito entre estudantes e policiais na capital de São Paulo.

Caminhada reúne mais de 10 mil pessoas na capital

Ao todo, a caminhada “No Clima da Copa”  reuniu pelo menos 10 mil pessoas, que saíram por volta das 8 horas do Museu do Rio, localizado no bairro do Porto,  com destinho a Arena Pantanal, no Verdão.

Apesar do encontro de ideias, o clima foi pacífico e não houve registro de conflito. Para garantir a segurança, 100 policiais militares estavam no local, munidos de cassetetes, pistolas e também espingardas. Havia ainda a cavalaria da Polícia Militar.

Cartazes exibiam cobranças com as mensagens “Saímos do Facebook”; “Quando seu filho adoecer, leve ele a Arena” e “Tem dinheiro para a Copa, mas não tem para a Saúde e Educação”. Os gritos de “guerra” tentavam abafar o som do Axé, que saía do trio elétrico. “Ei você do lado, também é explorado!”, “Acorda Brasil”, entoavam.

Já na Arena Pantanal, uma manifestante, que preferiu não se identificar, repreendeu artistas regionais que se apresentavam no palco e não fizeram nenhuma observação sobre o protesto. “Esses são artistas vendidos. Todos recebem verbas do Estado e não exercem o seu papel de cidadão, que deve ter todo artista. Ficam aí cantando e não dão a mínima para as pessoas que vivem aqui. Lamentável essa atitude”, analisou a jovem.

Diante da repercussão do protesto, aos poucos, a festa foi esvaziando. Além disso, o grito dos “excluídos” conseguiu de imediato impedir discursos das autoridades que estavam presentes. O governador Silval Barbosa (PMDB) não entrou no mérito da polêmica, mas garantiu ao Olhar Direto que ficou surpreendido com a multidão que acompanhou a caminhada. Sobre o protesto, o governador observou que “desde que o manifesto seja feito de forma pacífica, como ocorreu aqui, nós estamos de acordo. É um direito dos manifestantes e respeitamos isso”.

O líder estudantil, Caiubi Kuhn, acrescentou que o movimento não é contra a realização da Copa em Cuiabá, mas faz critica a falta de investimentos em outros setores, como a saúde. “Há muito investimento na área de Tecnologia de Informação da arena enquanto no estado não há um Hospital Geral” reclamou Caiubi.

O deputado federal Valtenir Pereira, vestido uma camiseta amarela, apoiou a manifestação. “Acho que está faltando isso em Cuiabá. As pessoas precisam ir para as ruas, fazer barulho e protestar. Isso é legitimo. O grande problema é que o Governo Federal só tem focado em Copa e esqueceu-se da Saúde, Educação, Habitação. O Brasil é muito maior que tudo isso. E bem na verdade a Copa será um presente de grego, que iremos amargar dívidas milionárias por muitos anos”, alertou o parlamentar.

O movimento que surgiu na rede social Facebook atraiu apoiadores e também críticas. O contador Celso Anselmo de Arruda achou que a os manifestantes escolheram o momento errado para sair as ruas. “Eles querem se aparecer. Observe que a grande maioria são adolescentes e nem sabem o motivo do protesto. Estão empolgados com a situação em São Paulo e no Rio de Janeiro. Tudo isso começa nas redes socais. Acho que o protesto deveria ser feito em outro momento e não agora”, criticou.

O advogado Bruno Boaventura, ativista da Ong Moral, aproveitou a oportunidade para usar uma camiseta estampando o repúdio a PEC 37 – proposta que está em a tramitação e pretende tirar do Ministério Público o poder de investigação. “Louvável essa atitude. Movimento organizado, pacífico e com muitas pessoas. Nunca vi uma atitude desse tipo em Cuiabá, acho que as pessoas estão acordando. É o momento correto de sair as ruas. Esse foi um dia de festa para a democracia. Temos que protestar sim. Protestar contra a Educação, que está com nota baixa, o remédio que está vencido e também a segurança que não existe”.
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