A presidente Dilma Rousseff foi recebida com protestos nesta sexta-feira (27) em Santa Vitória do Palmar, no Sul do Rio Grande do Sul, onde participou da inauguração de um parque eólico. Um grupo de cerca de 200 pessoas, incluindo agricultores e caminhoneiros, fez uma manifestação na entrada do complexo, com faixas e gritos de “fora Dilma”.

Vindos de ônibus fretados de vários municípios da região, os manifestantes não tiveram autorização para entrar na área do parque eólico. Mas enquanto a presidente discursava no palanque, era possível ouvir vaias do lado de fora. A segurança foi reforçada e nenhum incidente foi registrado.

O avião presidencial desembarcou no Aeroporto de Pelotas por volta das 14h. De lá, ela foi em um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) para Santa Vitória do Palmar, já que a principal rodovia de ligação entre os dois municípios, a BR-471, também foi bloqueada por manifestantes.

Desde a manhã desta sexta, um grupo produtores de leite da localidade de Siola bloquearam a rodovia com pneus e outros objetos. Eles estenderam faixas com frases como “produtores de leite cansados de sofrer”, “fora Dilma” e derramaram leite no asfalto. Caminhoneiros aderiram ao protesto.

Por causa dos bloqueios das rodovias organizados pelos caminhoneiros em vários estados do país, o produto não tem sido vendido porque os caminhões não chegam para buscar o leite nas propriedades rurais. Segundo os produtores de leite da região, em dois dias mais de 100 mil litros de leite já foram descartados e os prejuízos ultrapassam R$ 9 mil.

Atualmente, o Rio Grande do Sul concentra o maior número de rodovias bloqueadas por caminhoneiros. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há protestos em 24 trechos de rodovias federais no estado. O Comando Rodoviário da Brigada Militar contabiliza manifestações em outras 52 rodovias estaduais.

Os caminhoneiros impedem a passagem de veículos de carga para protestar contra o aumento do óleo diesel, os custos dos transportes e as más condições das estradas, entre outros itens. Na noite de quarta-feira (25), o governo federal anunciou um acordo com a categoria para colocar um fim nos protestos, mas os bloqueios continuaram.