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Sábado, 20 de abril de 2024

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DENÚNCIA

Médico acusa conselheiro do TCE de usar truculência para tomar terras de sua família

Foto: Max Aguiar - OD

Médico acusa conselheiro do TCE de usar truculência para tomar terras de sua família
O médico otorrinolaringologista Alonso Alves Pereira Filho denunciou na manhã de hoje à imprensa o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Antônio Joaquim por uma suposta ação truculenta para tomar as terras que pertencem a sua família há pelo menos 20 anos. A fazenda Bacáina em questão fica localizada a 120 quilômetros de Cuiabá, na rodovia que liga Nossa Senhora do Livramento à Cáceres.


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A denúncia foi feita na manhã desta terça-feira em entrevista coletiva convocada pelo médico em um hospital de Cuiabá. Alonso Alves sustenta que as ameaças começaram após o conselheiro ter comprado todas as propriedades em volta da Fazenda Bocáina. Apenas o pai do denunciante, hoje com 80 anos, não aceitou vender suas terras.

“O conselheiro comprou todas as fazendas em volta da nossa e agora quer que meu pai venda a dele. O conselheiro chegou a dizer, através de outras pessoas que foram oferecer um valor pelas terras, que se meu pai não aceitasse a proposta ele poderia perder a terra”, disse o otorrino.

O médico chegou a chorar ao tocar no assunto. “O meu pai é idoso, vive doente e quer passar os últimos dias de vida naquele lugar. Temos a fazenda por mais de 20 anos. Meu pai está morrendo, por que ele colocou na cabeça que vai perder a propriedade”, disse o médico emocionado.

Ameaças

Em outubro, segundo as denuncias do médico Alonso Alves, o conselheiro começou a fazer as ameaças de entrada na terra. Antônio Joaquim conseguiu na Justiça uma liminar para transitar dentro da propriedade da Bocáina apesar da recusa do proprietário e percebeu que dentro das terras tem um córrego, que virou novo motivo de provocação.

“O conselheiro tem terras enormes. Só dentro da fazenda dele tem uma pista de pouso e uma represa com dois hectares e mesmo assim ele quer às águas que passam sobre a fazenda de meu pai e abastece os vizinhos ao redor. Se aquelas águas forem retiradas, a população sofrerá e perderá valor as fazendas circunvizinhas. Nós não vamos vender nada, tudo está nas mãos de Deus”, enfatizou Alonso Filho.

Além da permissão para transitar nas terras alheias, o conselheiro conseguiu, segundo relata o médico, uma liminar para instalar uma rede hidráulica dentro da fazenda e já está fazendo a retirada da água da fazenda de Alonso para a fazenda do Conselheiro. Imediatamente, o pai do otorrino, dono das terras, pediu para que as instalações fossem quebradas, mesmo assim o conselheiro persistiu e com força policial voltou à propriedade. A água continua sendo retirada da propriedade.

“Meu pai está morrendo com essas atitudes do conselheiro. Ele está agindo [de forma] regular, com liminar e tudo, mas nós não demos permissão para nada. Nas propriedades do Antonio Joaquin tem água em abundância, e agora ele está importunando minha família”.

Briga jurídica

Perguntado expressamente se Antônio Joaquim, por ser conselheiro, estava sendo beneficiado, Alonso afirmou: “Não. Porém, Antonio Joaquim induz o judiciário a erro, apresentando mentiras no processo", afirmou. “Ele entra com pedido de liminar hoje, amanhã o juiz já assina. No final do mês de fevereiro a juíza Ester Belém concedeu uma liminar para ele instalar os canos. Tudo que ele pede ele consegue.”

De acordo com a defesa do Otorrino, representada pelo advogado Saulo Gahyva, as liminares obtidas pelo Conselheiro contrariam regras expressas do código de processo civil. “O objeto da liminar conseguida por Antonio Joaquim é apenas o direito de transitar sobre uma estrada. Apesar disso, ele (Antonio Joaquim) conseguiu um revigoramento da liminar, obtendo ordem judicial para executar uma obra que sequer foi mencionada na petição inicial”.

Jagunços

Segundo o otorrino, ninguém chegou a fazer ameaças de morte contra sua família, mas Antonio Joaquin tem em sua fazenda vários jagunços que andam armados e transitam diariamente pela propriedade em discussão.

“Lá tem um tal de Micão que só anda armado. Todo mundo tem medo dele, mas outros jagunços da fazenda do conselheiro também ficam armados o dia todo. Não nos ameaçaram, mas todos temos medo pela forma que eles circulam na região”, disse Alonso.

Alonso, ao final da entrevista deixou um recado para Antonio Joaquin. “Eu gostaria imensamente que o conselheiro tivesse o bom senso de deixar as terras de meu pai de lado. Meu pai está velho, doente, depressivo e ainda tem que passar por isso. Por favor, Antonio Joaquin, deixe minha família fora disso”, finalizou o otorrinolaringologista.

Outro lado

O conselheiro Antonio Joaquim disse, também em entrevista coletiva, o declarado pelo médico na manhã de hoje não passa de uma mentira deslavada. “Ele é tonto ou se faz de tonto. Esse homem é um maluco”, disse o conselheiro em relação às denuncias feitas pelo otorrino Alonso Alves.

O conselheiro apresentou uma nota à sociedade dizendo as denúncias não passam de calúnia. “Os pistoleiros ditos pelo Alonso são policiais. Ele confundiu PM com jagunços ou grileiros. Os homens armados foram mandados pela justiça para mediar a situação. Naquele dia estava sendo convocado para depor sobre o estrago que ele fez”, disse o conselheiro, que finalizou anunciando que Alonso se tornou réu.

“Um oficial já foi na propriedade dele tentar resolver a questão três vezes, agora ele é réu e vai responder processo por danos moral e material”, disse Joaquim.
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