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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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OPERAÇÃO ARARATH 5

Mendonça aponta Maggi como beneficíário de esquema financeiro e 'avalista' em 'compra' de vaga no TCE

Foto: Internet/Divulgação

Mendonça aponta Maggi como beneficíário de esquema financeiro e 'avalista' em 'compra' de vaga no TCE
O ex-governador de Mato Grosso e atual senador da República, Blairo Maggi, é citado em investigação da Polícia Federal que culminou com a deflagração da quinta fase da Operação Ararath, como sendo um dos beneficiários do esquema financeiro ilegal que tinha como um dos operadores o ex-secretário de Fazenda Eder Moraes, quando exercia a função de chefe do Executivo. Blairo é apontado ainda em depoimentos do empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior (o Júnior Mendonça) como sendo ‘avalista’ de um empréstimo para devolução de R$ 2,5 milhões referentes a uma transação de venda de uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT). A operação Ararath investiga lavagem de dinheiro e crimes financeiros por meio de empréstimos fraudulentos e empresas de fachada.


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Os documentos apreendidos e as declarações do colaborador premiado Gercio Marcelino Mendonça Filho que em 2009, Sérgio Ricardo de Almeida, apontam que o então deputado estadual, teria oferecido e pago vantagem pecuniária indevida, no montante de R$ 4 milhões, a Alencar Soares, então conselheiro, possibilitando que o primeiro fosse nomeado para ocupá-lo. Também em 2009, Alencar Soares Filho, então conselheiro também recebeu a quantia de R$ 4 milhões para permanecer no cargo de conselheiro, desta feita das mãos de Gercio Marcelino, a pedido e na presença de Eder Moraes, que, por sua vez, disse que agia no interesse e a mando de Blairo Borges Maggi.

A investigação revela que a segunda vantagem serviu para que Alencar Soares Filho pudesse devolver a Sérgio Ricardo de Almeida os valores que dele havia recebido e, já gastos, para poder permanecer no cargo. O pagamento dessa segunda vantagem foi cursado pela empresa Globo Fomento Ltda, de propriedade de Gercio Mendonça.  Mendonça alegou que soube do contexto da venda da vaga ainda no gabinete do conselheiro Alencar Soares, tendo entregue a ele o cheque de R$ 2,5 milhões para ‘quitação do empréstimo’. Em suas declarações, Maggi teria assumido o compromisso de quitar o empréstimo posteriormente.

Em trecho do depoimento Mendonça,  cita que “este compromisso de Blairo Maggi a Alencar ocorreu durante viagem que fizeram no ano de 2009 à África do Sul". Cita ainda que "durante a viagem, Maggi teria questionado a Alencar o motivo de estar saindo do TCE/MT antes de sua aposentadoria, Alencar teria relatado a Blairo Maggi que já teria recebido em adiantamento um pagamento parcial na quantia de R$ 2.500,00,00 do então deputado Sérgio Ricardo, bem como já teria gasto o valor. Nas palavras dele "que o pagamento feito por Sérgio Ricardo a Alencar seria para ocupar a vaga’.

Gércio afirmou que nunca esteve reunido com Blairo Maggi para efetivar o empréstimo de recursos diretamente, mas alega que se reuniu por quatro vezes para confrontá-lo a respeito do pagamento pelo emprestimo, que em primeiro encontro na sede do grupo Amaggi, em que ele foi cobrar o empréstimo referente a Alencar Soares. Tendo dificuldade para encontrar Maggi, recorreu ao sogro (já falecido),  Ary Campos, ex-presidente do TCE-MT. Maggi o recebeu da segunda vez e negou conhecer a origem do débito e se isentou da responsabilidade dos pedidos de empréstimos feitos por Eder Moraes. Confrontado sobre a viagem para África do Sul, e compromisso feito com Alencar Soares, Maggi se mostrou  surpreso  e por isso passou a cobrar o débito em conta corrente. Como a dívida ou mesmo a origem dela, não era reconhecida por Maggi, ele relata ainda que viajou a Brasília para poder ‘cobrar’ o pagamento.

A investigação reúne ainda elementos indicativos de que Blairo Maggi tenha se beneficiado do esquema de empréstimos junto a instituição clandestina operada por Júnior Mendonça. Muito embora, os empréstimos tenham sido concedidos, simultaneamente, as pessoas jurídicas da Todeschini e São Tadeu Enérgita S/A - que tem o empresário Mauro Carvalho Júnior como um dos principais acionistas. A investigação aponta que  ao menos parte dos recursos se destinava ao então governador. O relato é descrito em decorrência da execução de medida de cumprimento de busca e apreensão na casa de Eder Moraes e do pai do empresário Gercio Marcelino de Lima Júnior, assim como as declarações feitas na delação premiada pelo empresário Júnior Mendonça.

Os elementos descritos acima embasaram o pedido de busca e apreensão na residência do atual senador e também na sede do Grupo Amaggi, já que a Polícia Federal buscava registros de valores que comprovassem a cadeia de contatos e relacionamentos que possibilitaram a contratação desses empréstimos. Sem vislumbrar elementos suficientes para a expedição das ordens, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal negou os pedidos.

A assessoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou que  o conselheiro Sérgio Ricardo  não é acusado formalmente de nenhum crime e que ele possui total interesse no desfecho da investigação e que tem colaborado com os procedimentos executados pela Polícia Federal. Na data de terça-feira (20) foram cumpridos mandados de busca e apreensão em sua residência e também no gabinete do TCE.
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