Quase três mil pessoas se acotovelaram nas arquibancadas do acanhado Estádio Presidente Gaspar Dutra para prestigiar as camisas de Mixto e Operário, de Várzea Grande. Sem dúvida, mais de 90% do público presente foi para admirar as camisas, movidos pela quase centenária rivalidade do Tigre com o Chicote da Fronteira, já que pouquíssimos conheciam os atletas que estavam em campo.

“Vai Jamba...! Errou de novo... Pitombas, Jamba...!”
O incentivo do torcedor Luiz Ignácio Moraes Júnior, 31 anos, era para o zagueiro Kall. Detalhe: Jamba é branco, enquanto Kall é negro.

A constatação da reportagem do Olhar Direto serve de registro da manifestação individual é apenas para ilustrar o fato de que os torcedores desconheciam os jogadores em campo. Mas estavam ali torcendo ardentemente para as camisas de cores às quais devotam tanto amor. O alvinegro da Capital saiu na frente na primeira etapa e, no segundo tempo, o tricolor varzeagrandense empatou.



O jogo provou a força que existe no coração dos torcedores mato-grossenses, especialmente da Baixada Cuiabana, por seus clubes. A rivalidade moveu o clássico Operário e Mixto.

Faltaram craques, mas sobrou empolgação. E, lógico, provocações. Kiko sofreu pênalti, marcado de forma rigorosa pelo árbitro Wagner Reway, convertido por João Paulo. Primeiro tempo: 1×0 para o Mixto.

O Chicote da Fronteira empatou a partida com um gol legal, mal anulado por Reway. A bola tocou no braço do atacante Marcão, sem intenção.



No segundo tempo, Vevé cruzou para Pretinho, que bateu rasteiro, para empatar: 1×1. Empate em jogo polêmico e a certeza de que o futebol de Mato Grosso ainda tem ‘salvação’, mesmo que o espetáculo não seja com a qualidade esperada.

E se a torcida foi ‘nota 10’, a reportagem do Olhar Direto sente-se na obrigação de avaliar que a arbitragem foi dissonante. Wagner Reway não esteve à altura da expectativa do público e teve influência direta no resultado final. O Operário joga na noite de quarta-feira contra o Luverdense, em Lucas do Rio Verde, enquanto o Mixto enfrenta o Sinop, na Capital do Nortão de Mato Grosso. (Colaborou Ednei Rosa)