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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Milhares de crianças sofrem nos EUA enquanto tribunais acumulam de pedidos de deportação

O colapso do sistema migratório americano permitirá que muitos menores da América Central que estão entrando ilegalmente nos Estados Unidos fiquem no país durante o longo processo burocrático que pode acabar em deportação ou não.


Milhares de casos seguem para serem analisados por tribunais americanos, mas as autoridades não conseguem dar conta da grande demanda.

Embora as autoridades tenham garantido em várias ocasiões que "a maioria" dos imigrantes ilegais que estão chegando será devolvida aos países de origem, é certo que nem a legislação nem os recursos permitem cumprir essa ameaça no curto prazo.

A chegada pela fronteira ao sul de mais de 57 mil menores desacompanhados de um adulto nos últimos meses transbordou as instalações federais e as do estado do Texas, que não têm locais suficientes para recebê-los, além de não contar com tribunais para analisar todos os casos.

Isso levou o presidente americano, Barack Obama, a pedir ao Congresso mais de R$ 8 bilhões (US$3,7 bilhões) extras para fazer frente à crise.

Acima, imigrantes da América Central tentam chegar em cima de um trem até a fronteira do México com os Estados Unidos.


O dinheiro deveria servir para atender de forma "humana" os menores, dar refúgio, comida e atendimento sanitário e, imediatamente depois, para examinar judicialmente cada caso e devolver a seus países os que não obtenham asilo.

Uma lei de 2008, aprovada pela Administração republicana do presidente George W. Bush, proibiu a deportação automática dos imigrantes ilegais menores de idade que chegassem de países que não fazem fronteira, como é o caso das crianças centro-americanas que cruzam a fronteira México-Estados Unidos.

Acima, uma mulher e seu filho chegam ao Aeroporto Internacional Ramon Villeda, em Honduras, após serem deportados.

A mensagem oficial dita com frequência tanto pelo vice-presidente, Joe Biden, quanto pelo secretário do Departamento de Segurança Nacional, Jeh Johnson, que viajaram à América Central, é que os menores serão deportados. Mas os analistas consideram que a realidade pode ser muito diferente.

Na foto, um grupo de mulheres e crianças são escoltados por agentes da imigração americana. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional La Aurora, na Guatemala, no dia 18 de julho.

Quando os menores são detidos eles entram automaticamente em processo de deportação e ficam sob tutela do governo federal até que as autoridades verificam se há um parente nos Estados Unidos com quem possam ficar à espera da audiência, enquanto o processo corre.

Os menores são transferidos dos Centros da Patrulha de Fronteira a albergues federais onde passam, em média, 35 dias, segundo o Departamento de Saúde.

A instituição confirma que em 85% dos casos os menores ficam com suas famílias nos Estados Unidos enquanto esperam a audiência.

O fato é que os tribunais de imigração que devem decidir sobre o futuro de cada criança já acumulam um atraso de 375.503 casos, segundo o centro de análise Transactional Records Access Clearinghouse (Trac), da Universidade de Syracuse.

De acordo com a instituição, o tempo médio de espera para processá-los é de mais de um ano e meio, mais precisamente 587 dias.

Departamento de Justiça anunciou que os casos dos menores serão prioritários e designou novos juízes para as cortes migratórias. "As pessoas na América Central têm que ver que os imigrantes ilegais estão retornando", disse Johnson no Senado.

No entanto, ele mesmo reconheceu que 46% não comparecem aos tribunais quando recebem a intimação, e os especialistas dizem que, dessa forma, os processos podem dificultar.

Se o governo quisesse cumprir sua advertência de rápida deportação, teria que mudar a lei, o que custaria um enfrentamento com o próprio partido, segundo advertiram congressistas democratas como Luis Gutiérrez, e ao qual os defensores de direitos humanos também se opõem.

As razões para a vinda de tantas crianças centro-americanas, sozinhas ou com as mães, são muito complexas, apesar do reagrupamento familiar pode ser um fator preponderante como em outras experiências de emigração econômica.

O certo é que a violência e o perigo de morte também estão na origem da fuga em massa rumo ao norte.

Acima, menino segura uma bandeira dos Estados Unidos durante cerimônia de naturalização de um membro de sua família, em Nova York, no início do mês de julho.



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