Mulheres e crianças que moram na área Marãiwatsédé (na gleba Suiá Missú, que fica na região nordeste de Mato Grosso) fazem nesta terça-feira (11) uma manifestação em frente ao prédio do Tribunal Regional Federal (TRF-1), em Brasília (DF). Elas querem sensibilizar o tribunal em relação à decisão da Justiça Federal que prevê a retirada de não índios da terra.

De acordo com o advogado Luiz Alfredo Feresin de Abreu, da Associação dos Produtores Rurais da área Suiá-Missú, em Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia, há 360 mulheres e 26 crianças em frente ao tribunal. “A ideia é mostrar o risco de uma eventual desocupação”, disse Abreu.

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O advogado informou que aguarda a apreciação de uma medida para sustar a ordem de despejo. A Justiça Federal já prorrogou o prazo para desocupação, remarcando para 1º de outubro. “De qualquer forma, aqui (TRF-1) não é a última instância, ainda temos o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça”, complementou Abreu.

Segundo ele, os moradores da área estão revoltados com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e não com a ordem judicial. “A própria Funai concordou que houve deslocamento de área (na demarcação da terra indígena). Ocorreu uma fraude”, disse Abreu.

Enquanto mulheres e crianças estão em Brasília, outros moradores da área – entre dois mil e 2.500, segundo o advogado -- bloqueiam as estradas 158 e 080 em Mato Grosso. A assessoria do TRF-1 informou que o vice-presidente da instituição, Daniel Paes, deve se reunir hoje com o advogado dos manifestantes. Há ainda a expectativa de uma reunião prevista para amanhã no Palácio do Planalto.