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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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ONU: Meta global de mortalidade infantil 'será atingida com atraso de 11 anos'

Apesar de ter caído pela metade nas últimas duas décadas, a taxa de mortalidade infantil no mundo não atingirá a meta estipulada pela ONU, que só deve ser alcançada em 2026, com "um atraso de 11 anos", informou nesta terça-feira (16) um relatório da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).


O intuito era reduzir a mortalidade infantil em dois terços até o fim de 2015, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos em 2000.

Atualmente, 17 mil crianças abaixo dos cinco anos morrem todos os dias no mundo. O número é o mais recente anunciado pela Unicef e foi considerado "chocante" pela organização.

De acordo com a Unicef, as causas para as mortes são, na maioria das vezes, "evitáveis". A maior parte dos óbitos acontece nas primeiras horas após o nascimento. Em 2013, 1 milhão de bebês morreram antes de completar um dia de vida.

Diante do cenário atual, a organização fez um apelo para que medidas urgentes sejam tomadas para combater a mortalidade infantil no mundo.

Soluções

A África subsaariana ainda é a região que possui a maior taxa de mortalidade infantil, com 92 mortes de crianças a cada mil nascimentos, uma proporção 15 vezes maior do que a dos países desenvolvidos.

O Malauí, porém, destoa do restante da região devido às medidas bem-sucedidas para combater o problema. Apesar da pobreza extrema, o país já conseguiu atingir a meta da Unicef com uma queda de 72% da mortalidade infantil.

Segundo Mahimbo Mdoe, chefe da Unicef no Malauí, uma das chaves para o sucesso no combate à mortalidade infantil no país foi a criação de uma rede de profissionais de saúde com competências básicas, que viviam e trabalhavam na comunidade.

Ações simples, como o treinamento de pessoas para desempenhar funções de "Assistentes de Vigilância de Saúde", promovido pela própria entidade, ajudaram a resolver a reduzir o número de óbitos de crianças.

Esses assistentes são responsáveis por serviços como imunização, dão conselhos de saúde para mães, fazem tratamento para doenças como pneumonia, diarreia e malária, entre outras coisas, segundo Mahimbo.

"As medidas variam desde ensinar a colocar uma rede na janela do quarto das crianças para protegê-las do mosquito da malária a incentivar as mães a amamentar o bebê para aumentar a imunidade deles e ajudá-los a crescer."

"Essas são ações que têm um impacto muito grande e um excelente custo-benefício", disse.

Apesar dos avanços, porém, o Malauí ainda enfrenta inúmeros desafios sociais, incluindo subnutrição, Aids e a pobreza extrema.

Neonatal

No relatório divulgado com os números mais recentes da mortalidade infantil, a Unicef alerta para que os países deem total prioridade a "salvar vidas nas primeiras quatro semanas de um bebê".

De acordo com o documento, começar a amamentação logo na primeira hora após o nascimento reduz o risco de morte no período neonatal em 44%. Menos da metade dos bebês recém-nascidos no mundo todo recebe esse tipo de tratamento.

A Unicef diz que o acesso ao cuidado pós-natal é "absurdamente baixo" em muitos países da África Subsaariana e do sul da Ásia.

Muitos desses problemas são evidentes no Malauí, que possui a maior taxa mundial de nascimentos prematuros, em parte devido a fatores como a infecção pelo HIV, a malária e a desnutrição.

Para combater a mortalidade infantil, um hospital do país está promovendo o uso do "método canguru" para tratar as crianças recém-nascidas – basicamente, o método consiste em embalar os bebês em contato com a pele da mãe logo nas primeiras horas de vida.

Segundo a Unicef, atitudes simples como essa reduziram o risco de infecção hospitalar e hipotermia nos bebês, além de incentivá-los à amamentação.
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