RIO - Cerca de 30 torcedores de uma facção organizada do Flamengo invadiram o vestiário do Macaé, na noite deste sábado, no Moacyrzão e agrediram os jogadores. O goleiro Ricardo Berna cortou o queixo e disse que os agressores tinham latas e garrafas nas mãos. Material dos jogadores foram roubados. Segundo a polícia,membros de uma conhecida facção organizada — que não poderiam estar no estádio por estar com mais de uma punição — invadiram o local aproveitando-se da abertura do portão para um dirigente do Macaé. Os jogadores já estavam no local, fazendo a preleção com a comissão técnica. Os torcedores ainda não foram identificados e polícia tenta saber a motivação do ocorrido. Essa facção organizada foi convidada pela diretoria do Flamengo para um campeonato de futebol na Gávea.
— Estavam com latas, garrafas... Vi aquilo e procurei me colocar entre as pessoas, as mulheres, as crianças para proteger. Tem que tomar medida drástica. Eu corri risco de morte, achei que tivesse perdido meus dentes — disse Berna.
— Saquearam o material, agrediram jogadores, membros da comissão técnica. Declaração mal dada do Vanderlei de que há um clima hostil entre Flamengo e Macaé, que é Libertadores, deu nisso. O responsável para mim é ele. Não foi uma suposta agressão. Houve uma agressão. Estávamos terminando a nossa preleção quando um grupo de torcedores do Flamengo entrou, saqueou o material dos jogadores, agrediu os jogadores, agrediu membros da comissão técnica. Isso aconteceu depois de uma declaração mal dada do Luxemburgo, na quinta-feira, dizendo que havia um clima hostil entre Macaé e Flamengo. Gerou isso, o que nunca aconteceu em Macaé, nunca aconteceu no interior. O responsável foi ele. — contou Josué Teixeira, técnico do Macaé.
No intervalo da partida o presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello, em entrevista para o Premierè, evitou falar em providências e boicotes às organizadas, dizendo apenas que vai esperar.
Assim que identificados o Grupamento Especial de Policiamentos em Estádios (GEPE) vai pedir uma nova punição para a facção, que acumulará a terceira nesse ano, e pedir a punição dos envolvidos. Depois da partida os jogadores disseram que não são capazes de reconhecer os envolvidos. A polícia vai recorrer a câmeras de segurança e testemunhas. O diretor de competições da Federação do Estado do Rio de Janeiro, Marcelo Viana, disse que vai encaminhar a denúncia ao Tribunal de Justiça Desportiva. Se condenado Flamengo ou Macaé podem perder mando de campo ou jogar a portões fechados, além de pagar multa.
