Revelado nas categorias de base do Fluminense, Gerson, de 17 anos, ainda está no seu primeiro ano como atleta profissional, mas já é considerado um dos principais jogadores do elenco comandado por Ricardo Drubscky. Apesar de ter contrato com o clube até 2019, o seu futuro pode estar longe das Laranjeiras. Quem afirma isso é o pai do meia, Marcos Antônio da Silva, que agradece o apoio do Tricolor, mas devido aos problemas financeiros enfrentados pelo Flu, vê o jovem atuando fora do Brasil.

- A gente é muito grato ao Fluminense, o Fluminense ajudou a criar meu filho (...). A gente montou um "Projeto Gérson" para ele chegar até aqui, a gente abandonou tudo. Eu deixava de comprar uma roupa, um tênis para as minhas filhas para investir numa chuteira para ele (...). O presidente está fazendo de tudo, das tripas coração para poder mantê-lo aqui. Na minha opinião, como pai do Gerson, eu acho que o Gerson não vai ficar muito tempo no Brasil porque existem os problemas financeiros. Não só o Gerson, mas vários jogadores são a válvula de escape do clube e, se o clube está numa dificuldade muito grande, ele acaba tendo que se desfazer daquilo que ele gostaria muito que ficasse por muitos anos.

Marcos confirma que o futebol do filho já despertou o interesse do Juventus, da Itália, e do Barcelona, clube ao qual visitou e que ouviu de dirigentes o desejo de contratar seu filho.  

- A proposta não foi feita pra mim, mas eu ouvi que foi feita uma proposta pro clube, eu não sei valor, não sei valor. Eu estive em Barcelona, eu fui lá, conheci as dependências do Barcelona. Eu vou te falar o que foi dito lá: Marcão, a gente quer muito o jogador, mas a gente tem que ver como vai ser feita essa operação. Eu falei: essa operação não pode ser comigo, eu sou o pai do Gerson, essa operação tem que ser feita com o Fluminense - revelou.

Destaque da seleção brasileira que não foi bem no Sul-Americano sub-20, realizado no Paraguai, Gerson conquistou a sua vaga como titular do Fluminense durante o Campeonato Carioca. Até o momento, ele já disputou 11 partidas na competição e fez quatro gols, sendo que um deles foi noprimeiro clássico no Maracanã, diante do Botafogo, adversário do Tricolor neste sábado. 

- Se ele não fizesse o gol pra mim (contra o Botafogo) já estava bom demais. Mas quando ele fez o gol, ainda bem que o meu coração estava legal, deu para suportar legal. Eu fiquei muito feliz. Eu não esqueço esse dia. (Não sabia) Se eu chorava, se eu sorria, se eu ajoelhava, se eu saía correndo - lembrou com alegria.

O pai do jogador se lembra com carinho das conversas com o filho, quando projetava que o meia seria um jogador de seleção brasileira, e admite que a casa em que vivem em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é um presente e prova do sucesso do "Projeto Gérson".


- Muitas das vezes, o jogador de futebol era um produto, né? Eu não sou um prostituto da bola, eu sou um pai de jogador que valorizo muito o trabalho da minha família, o trabalho do meu filho. Até me emociona porque todas as palestras que eu dava para o Gérson, para a minha família, eu falava: "Cara, você vai ser um jogador de seleção". A gente está em uma situação tranquila, para que ele possa ir e voltar do treino tranquilo, possa viajar tranquilo sabendo que a família está bem em casa. Não está passando necessidade, isso é bem bacana. Essa casa é um presente - concluiu.

Depois de vencer por 2 a 1 na primeira partida, há uma semana, no Maracanã, o Tricolor tem a vantagem do empate diante do Botafogo. Caso o Alvinegro vença por um gol de diferença, a disputa vai para os pênaltis. Para se classificar nos 90 minutos, o time de René Simões precisa ter dois ou mais gols de vantagem do que seu rival. Quem levar a melhor no confronto decide o estadual com Vasco ou Flamengo, que duelam neste domingo. O Premiere 1 transmite com narração de Luiz Carlos Jr., comentários de Roger Flores e Lédio Carmona.