O governador Pedro Taques (PSDB) defendeu que o PSDB evite “inchar” seus quadros. Filiado à sigla desde o último sábado (29), o governador não quer que sua adesão provoque uma inflação de novos tucanos que não sejam alinhados ao projeto do partido. Atualmente, apenas dois prefeitos são tucanos: Joel da JM, de Bom Jesus do Araguaia, e José Marra, de Araguaiana. Dois outros prefeitos já confirmaram a filiação ao partido: Adalto, de Apiacás, e Tony Rufatto, de Paranaita, ambos eleitos pelo PMDB.
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“Em detrimento da quantidade, as democracias mais modernas buscam a qualidade dos seus quadros. Queremos que o PSDB possa não inchar, mas ter um crescimento razoável, que o partido, forte como é, exige e deseja”, declarou o governador, na manhã desta terça-feira (1), após abertura da Semana da Pátria.
Tradicionalmente, quando governadores mudam de partido em Mato Grosso, dezenas de prefeitos o acompanham na nova sigla. Foi assim com Blairo Maggi, quando saiu do PPS para o PR, e Dante de Oliveira, que saiu do PDT e foi para o PSDB – a mesma mudança feita por Taques. Aliados do governador falam em trazer para o ninho tucano cerca de 50 prefeitos, ou seja, mais de um terço dos 141 municípios do estado.
A cúpula tucana, porém, alinhou o discurso e nega essa pretensão. Em entrevista ao
Olhar Direto, na última segunda-feira (31), o presidente regional do partido, o deputado federal Nilson Leitão, afirmou que, diferente do que ocorreu com Dante e Blairo, ele tem aconselhado a não levar tantos prefeitos para o PSDB. “Mesmo que seja um prefeito com chances reais de vitória, ele pode não comungar com os ideais do PSDB. E há também a questão da lealdade. Podemos até perder a eleição em alguns municípios, mas temos que respeitar a base que já existe”, disse.
Para mapear os municípios e definir quem vai se filiar ou não ao PSDB, o partido está montando uma comissão, que será formada pela executiva regional, os três deputados estaduais, e pessoas da confiança do governador. “Estou administrando o estado e vou participar de algumas reuniões à noite e aos sábados. Mas tem uma comissão que está sendo constituída pelo PSDB que está resolvendo isso”, disse Taques.
As movimentações partidárias precisam ser concluídas rapidamente, para os políticos que pretendem disputar as eleições municipais de 2016, que têm que estar filiados até o dia 2 de outubro, um ano antes das eleições. A mudança só se tornou possível em função da jurisprudência aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio passado, que permite a detentores de cargos majoritários mudarem de legenda sem serem enquadrados na lei de fidelidade partidária. A regra se aplica a prefeitos, governadores, senadores e o presidente da República.
